Foto: Divulgação/Secom
Prefeito ACM Neto 21 de julho de 2016 | 08:29

Vice de ACM Neto deve ser definido em oito dias, por Raul Monteiro

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argo mais cobiçado da sucessão municipal em Salvador depois do de prefeito, a vice de ACM Neto (DEM) deve ser anunciada por ele no prazo de 8 dias. Internamente, para os partidos aliados e parceiros, além dos diretamente interessados no posto, o prefeito tem dito que tem até o dia 5 de agosto para anunciar o nome que marchará como seu companheiro de chapa na campanha e deverá assumir os destinos da cidade daqui a dois anos, na hipótese, muito provável, de Neto renunciar para concorrer ao governo do Estado, em 2018.

Mas, na prática, o democrata acredita que pode antecipar o anúncio, iniciativa que começou a se inserir em sua estratégia depois que as oposições a ele praticamente se definiram no cenário político municipal. Os articuladores políticos do prefeito estão longe de considerar que a pulverização de candidaturas adversárias, uma tática na qual o governo do Estado pensou desde o início como forma de enfrentar e derrotar Neto, vai ser ruim para ele. Pelo contrário, acham que o cenário pode ter vindo a calhar no sentido de facilitar-lhe os planos de reeleição.

“Aquilo que no início interessava ao governador (Rui Costa), agora interessa a ele (Neto)”, diz um parlamentar com amplo trânsito no Palácio Thomé de Souza, aludindo ao lançamento das três candidaturas que enfrentarão o prefeito na campanha – a da deputada federal Alice Portugal, do PCdoB, a do ex-superintendente da Sucom no governo João Henrique, Cláudio Silva, nome apresentado pelo PP do vice-governador João Leão, e a do deputado estadual Sargento Isidório (PDT), um pastor que, na visão de alguns governistas, pelo histrionismo, pode carrear o voto de protesto na campanha.

Protegido pelo anonimato, sem o consentimento do prefeito, que tem pedido à sua turma para baixar a bola e calçar as sandálias da humildade ao avaliar publicamente a sucessão municipal, o político “netista”, em resumo, faz a avaliação de que as candidaturas adversárias colocadas favorecem o prefeito porque não chegam a assustar, pela fragilidade que sinalizam. A pulverização, em sua ótica, seria desfavorável ao prefeito caso os candidatos fossem nomes fortes, como os do senador Walter Pinheiro (sem partido), da senadora Lídice da Mata (PSB) e o do vereador Edvaldo Brito (PSD), como se sabe, todos fora do páreo.

“Uma coisa seria a polarização com nomes assim (Lídice, Pinheiro e Edvaldo). Os atuais não chegam a preocupar”, confirma, avaliando que talvez o maior desafio do prefeito não esteja no campo adversário, mas em seu próprio grupo político, onde ele acredita que a escolha do vice, por menos traumática que o prefeito deseje que seja, deixará naturalmente sequelas que precisarão ser sanadas até pelo menos 2018, quando ele pode efetivamente tentar se eleger ao governo do Estado deixando a Prefeitura. “Mas é muito tempo para curar as feridas, não é?”, afirma, com ar despreocupado.

* Artigo originalmente publicado na Tribuna da Bahia.

Raul Monteiro
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