29 de julho de 2016 | 18:20

Promotor diz que jantar de Doria ‘teve conteúdo nitidamente eleitoral’

brasil

O promotor José Carlos Bonilha, do Ministério Público Eleitoral, afirmou, em alegações finais encaminhadas à Justiça Eleitoral nesta quinta-feira, 28, não ter dúvidas de que o jantar bancado por uma empresa para o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria Jr, “teve conteúdo nitidamente eleitoral” e pediu ainda a aplicação de multa de R$ 15 mil ao empresário por propaganda antecipada.O documento de 19 páginas foi encaminhado ao juiz Sidney da Silva Braga, da 1ª Zona Eleitoral da Capital, responsável por analisar a representação contra o tucano por suspeita de propaganda antecipada devido a um vídeo com um discurso de Doria no jantar realizado no Club A e que foi divulgado pela imprensa. O promotor ainda rebateu os argumentos da defesa do empresário, que disse que os vídeos eram prova “apócrifa” e que as gravações de um evento privado não deveriam ser aceitas pela Justiça.”Ainda que o evento fosse jantar para convidados determinados, o que nele se passou é de interesse do eleitor e, portanto, configura cerceamento ao legítimo direito da população, impedi-la de ter acesso ao que transcorreu durante o evento”, afirma o promotor para quem a “transparência e a publicidade devem presidir o comportamento do aspirante a mandato eletivo”.Bonilha explicou ainda que recebeu o vídeo via celular por uma pessoa que pediu para não ser identificada, e disse que essa prática faz parte da atividade do Ministério Público, que recebe denúncias de toda a população, e que isso não deveria ser motivo para anular a prova.”Nessa esteira, não há qualquer ilegalidade na manutenção do sigilo da identidade da pessoa que enviou o vídeo a esta Promotoria. Admitir-se o contrário seria, no mais das vezes, tolher a liberdade dos cidadãos de trazer ao conhecimento do órgão ministerial fatos tidos como contrários à lei, haja vista que as pessoas, em sua grande maioria, sentem-se intimidadas ou preocupadas com as consequências de sua identificação”, segue o investigador.Nos vídeos, o pré-candidato aparece discursando para os convidados do jantar realizado no Club A, na capital paulista, e pago pela empresa Gocil. Ao Ministério Público Eleitoral, a Gocil alegou que o evento era uma homenagem ao empresário Doria, sem conotação política mesma versão adotada pela defesa do tucano.

Estadão
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