28 de julho de 2016 | 18:39

Lula acusa Moro na ONU de ‘manter suspeitos presos para forçar delação premiada’

brasil

Na mais ousada contraofensiva que já desfechou, desde que se tornou alvo da Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma à ONU que o juiz federal Sérgio Moro, símbolo da investigação, mantém suspeitos na prisão para forçar delação premiada. Os advogados do petista alegam que os investigados “não têm direito a habeas corpus”. Nesta quinta-feira, 28, a defesa de Lula protocolou uma petição no Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, em Genebra. O documento é subscrito pelo escritório Teixeira, Martins & Advogados e pelo advogado Geoffrey Robertson (Queen’s Counsel). Lula está nas mãos de Sérgio Moro desde que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, decidiu que cabe a ele conduzir as investigações sobre o petista. Moro é titular da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, base da Lava Jato. O ex-presidente teme ter sua prisão decretada por Moro – em 4 de março, Lula foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal por ordem do juiz de Curitiba. A Parte IV da reclamação à ONU é intitulada “Exaustão das Medidas Nacionais”. O item 5 trata de “Detenção sem Julgamento”. “O reclamante está sob investigação formal na qualidade de réu: ele está, portanto, suscetível a qualquer momento ser detido e preso por ordem do juiz Moro, sendo que esta ação por parte do juiz é razoavelmente previsível. Esse juiz é conhecido por manter suspeitos da Operação Lava Jato presos por tempo indeterminado, em detenção, até que eles façam delação premiada. Eles não têm direito a habeas corpus, ou a acesso a um tribunal que decida pela sua soltura, a não ser um ‘tribunal’ composto pelo próprio juiz Moro”, relata o petista.

Estadão Conteúdo
Comentários