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A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) 27 de junho de 2016 | 16:38

Gleisi usa tribuna para criticar ação da PF que prendeu Paulo Bernardo

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A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) usou a tribuna do plenário do Senado, nesta segunda-feira, 27, para defender o seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. A parlamentar criticou novamente a operação da Polícia Federal (PF), que prendeu preventivamente Bernardo e realizou buscas no seu apartamento funcional em Brasília na última quinta-feira, 23. Para Gleisi, a prisão de Bernardo foi “injusta, ilegal, sem fatos, sem provas e sem processo”, com o objetivo de humilhar a sua família. “Nem em pesadelos eu teria sido capaz de supor que estaria aqui, nesta tribuna, pra defender meu marido de uma prisão”, declarou. “Mas aqui estou para apontar uma injustiça, sentindo na própria pele o que aflige diariamente milhares de pessoas atingidas pelo abuso do poder legal e policial. Aqui estou, serena e humilde, mas não humilhada”, continuou. Gleisi disse que a prisão foi um “despropósito”, pois Bernardo não apresentava risco de fuga e se colocou à disposição da Justiça diversas vezes para esclarecer os fatos. A senadora acusou a PF de cometer excessos com o intuito de “espetacularizar” o processo. Segundo ela, a Justiça atua de maneira seletiva e promove “carnavais midiáticos contra alguns políticos”. “A operação montada para a busca e apreensão em nossa casa e para a prisão do Paulo foi surreal. Até helicópteros foram usados, força policial armada, muitos carros. Para que isso, chamar atenção? Demonstração de força? Humilhação? Gasto de dinheiro público desnecessário, é isso. Foi uma clara tentativa de humilhar um ex-ministro nos governos Lula e Dilma.” Gleisi voltou a afirmar que o patrimônio da família foi conquistado de maneira lícita, e que o marido nunca cometeu irregularidades. Segundo ela, os imóveis que possuem “são confortáveis, mas não luxuosos”. “Conheço o Paulo há muitos anos. Sei de suas virtudes e de seus defeitos. Sei especialmente o que não faria. E não faria uso de dinheiro alheio para benefício próprio. Não admitiria desvios de recursos públicos para sua satisfação ou da família. Tenho certeza de que não participou ou se beneficiou de um esquema. Ele sabe que eu nunca o perdoaria.” Para a parlamentar, não há provas contra o marido, além da citação a ele em acordo de delação premiada, mas disse que o processo “manchou de modo injusto, definitivo e irrevogável” a trajetória do casal. Gleisi disse que a “sua luta” a partir de agora será restaurar a dignidade do marido. “Além de impiedosa e injusta, uma prisão ilegal, abusiva e desnecessária. O processo é, por si, uma condenação definitiva que vale para sempre. Uma sentença irrecorrível. A absolvição, quando vier, não terá jamais a mesma força.”

Estadão Conteúdo
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