20 abril 2024
Os espanhóis vão às urnas neste domingo para uma repetição sem precedentes nas eleições do país que visa quebrar seis meses de impasse político, depois que a votação de dezembro deixou o país sem um governo eleito. As pesquisas de opinião nas últimas semanas previam, por unanimidade, que a nova votação também vai deixar de entregar votos suficientes a qualquer partido para tomar o poder sozinho. Se este cenário for confirmado, a Espanha passará por um novo período de negociações políticas prolongadas – e eventualmente uma outra eleição, se não houver nenhum avanço. Pesquisas são proibidas na última semana de campanha, mas as mais recentes mostraram que o conservador Partido Popular ganharia mais votos, mas voltaria a ficar aquém da maioria parlamentar que teve de 2011 a 2015. O líder do partido, Mariano Rajoy, espera ser reeleito como primeiro-ministro. De acordo com a Constituição espanhola, um governo deve ganhar um voto de confiança no Parlamento, com mais de 50% dos possíveis 350 votos antes de tomar posse. Se essa meta não for atingida, há uma segunda votação 48 horas depois, e o partido deve obter 50% dos votos válidos, que não contam as abstenções – isso permite que os membros que se abstiverem negociem concessões com o governo eleito. Uma nova rodada de negociações políticas pode ser complicada pelo crescimento de uma nova aliança de extrema-esquerda chamado Unidos Podemos. Esse grupo, que inclui radicais de esquerda, comunistas e verdes, estava em segundo lugar nas pesquisas. Isso levaria o Partido Socialista, de centro-esquerda moderada e que tradicionalmente se reveza no poder com o Partido Popular, para o terceiro lugar e o Partido Cidadãos para a quarta posição.
Estadão