01 de maio de 2016 | 10:01

Planalto respira ares de fim de festa

brasil

A dez dias da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, a rotina no Palácio do Planalto em nada se assemelha à resistência anunciada por movimentos sociais, sob gritos de “Não vai ter golpe!”. Em gabinetes da sede do governo, funcionários já encaixotam suas coisas e alguns tentam retornar para a repartição pública de onde foram transferidos, os chamados “órgãos de origem”.O medo do desemprego agora ronda o Planalto, onde servidores já falam abertamente sobre a troca de comando e a passagem de bastão para o vice-presidente Michel Temer. A cena se repete na Esplanada.Dos atuais 30 ministérios, 11 são controlados pelo PT. Atualmente, há em todo o governo cerca de 20 mil cargos em comissão, batizados de DAS (Direção e Assessoramento Superior). No fim do primeiro mandato de Dilma, somente a Presidência da República abrigava 3.279 servidores, incluindo os que trabalhavam em pastas como Casa Civil e Secretaria de Comunicação Social. Deste total, havia 1.020 DAS.Os DAS representam o contingente mais suscetível a corte, pois são cargos de livre provimento. Na outra ponta, no comando dos ministérios, o entra e sai dos últimos dias reflete o abandono de Dilma por antigos aliados, que deixaram o governo atraídos pela expectativa de poder do PMDB.Diante da certeza de que será afastada por até 180 dias, a presidente já combinou com a equipe a demissão coletiva. A ideia de Dilma é publicar uma edição extra do Diário Oficial da União, assim que o Senado aprovar o impeachment, com a dispensa de todos os ministros. Além disso, os secretários executivos também devem entregar os cargos.

Estadão Conteúdo
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