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Mário Alberto Hirs é hoje presidente do Tribunal Regional Eleitoral, mas tem grande influência no Judiciário 23 de maio de 2016 | 11:54

Escolha de Patrícia para TRE foi derrota de Hirs

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A eleição de Patrícia Kertézman para o cargo de juiza do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na semana passada, está sendo entendida no Judiciário baiano como uma derrota do presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Mário Alberto Hirs, que não conseguiu reconduzir ao posto um afilhado, o juiz Cláudio Cesare.

Por este entendimento, a escolha da juíza seria o resultado da estratégia de um grupo de desembargadores que se associou a uma articulação de um grupo de novos colegas, entre os quais o marido de Patrícia, Maurício Kertészman, pela renovação no TRE para mandar um recado a Hirs no sentido de que ele precisa mudar seu estilo de liderança na Corte.

Para esta turma, o maior erro de Hirs foi ter tentado buscar elevar a pontuação de Cesare para transformá-lo em desembargador e ao mesmo tempo reelegê-lo membro do TRE. Notando a forte reação no time mais antigo da Corte ao projeto do presidente, os novos desembargadores se juntaram no sentido de bancar uma alternativa, obtiveram o apoio dos mais velhos e acabaram elegendo Patrícia.

Neste sentido, contaram com o apoio tácito de magistrados que, embora apóiem Hirs, discordam da maneira quase “imperial” como ele estaria se conduzindo. O prestígio pessoal e profissional de Patrícia também contou a favor de sua eleição. Reconhecida pelo ativismo na categoria, ela entrou em campanha feroz pelo posto e aproveitou a brecha que a elegeu.

O juiz Cláudio Cesare também é extremamente respeitado no Judiciário, tendo exercido a função de Ouvidor no TRE sob elogios de muitos, inclusive dos funcionários da Justiça Eleitoral. Sua derrota seria atribuída exclusivamente ao erro estratégico do padrinho, Hirs, um dos responsáveis pela eleição da atual presidente do Judiciário, a desembargadora Maria do Socorro.

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