Foto: Ag. Brasil
Romero Jucá deixou ontem governo 24 de maio de 2016 | 08:58

Caso Jucá encobriu por um dia rombo de Dilma

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Não se sabia exatamente porque razão o presidente interino Michel Temer (PMDB) resolveu chamar para seu ministério nomes citados na Operação Lava Jato, mas se sabia que em algum momento ele seria cobrado por isso.

A primeira cobrança já se materializou com a queda do ministro do Planejamento, Romero Jucá, pego em grampos nada republicanos que tornaram insustentável sua manutenção no governo. Grampos, aliás, que em nada se distinguem daqueles em que vários ministros da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) foram pegos.

A diferença é que, enquanto no governo Temer Jucá caiu no mesmo dia, sob a administração de Dilma ministros abusados permaneceram e ficariam com ela até sua queda, a confirmar a lamentável impermeabilidade dos semi-autocráticos governos petistas à pressão da opinião pública.

O que o episódio Jucá não pode servir é ao propósito manifesto dos petistas e de seus aliados de encobrirem os estragos, alguns aparentemente irremediáveis, causados ao país pela mandatária afastada.

Por coincidência, foi ontem o dia programado por Michel Temer para entregar ao Congresso a proposta de revisão da meta fiscal prevista para este ano. Os números saltam da previsão de um déficit de R$ 96,6 bi da (Já) Era Dilma para R$ 170,5 bi, atualizados pela nova equipe.

Era para ser um ato solene, demonstrativo do buraco em que dona Dilma meteu o país e sua repercussão devastadora sobre a economia e o emprego. Sucumbiu ao caso Jucá, que deve efetivamente entrar no radar da Operação Lava Jato. Que seja investigado e pague pelos erros.

O que o país não pode – como a nova oposição deseja – é esquecer do desastre chamado Dilma nem abrir mão de concentrar suas energias em torno da retomada. Que caiam outros ministros de Temer, mas o Brasil precisa avançar e afastar-se do descalabro focado na saída da crise.

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