28 de abril de 2016 | 10:40

Corregedora investiga ministro do STJ citado por Delcídio

brasil

A Corregedoria Nacional de Justiça investiga o ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça. A ministra Nancy Andrighi, corregedora, solicitou ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), compartilhamento de provas nos autos da delação do senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS).Ribeiro Dantas foi citado pelo senador, ex-líder do governo no Senado, em sua colaboração premiada. Segundo Delcídio, a nomeação de Ribeiro Dantas ao cargo de ministro do STJ era uma estratégia do governo para garantir a soltura dos executivos Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, e Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez. O ministro se manifestou a favor da liberação dos executivos, mas foi voto vencido no STJ, que manteve a prisão preventiva.O pedido da ministra ao Supremo foi feito na segunda-feira, 25. “Tendo em vista a necessidade de aprofundamento na análise de informações veiculadas na imprensa, a respeito do possível envolvimento do Min. Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça, nos fatos investigados na denominada Operação Lava Jato, solicito a Vossa Excelência o compartilhamento das provas pertinentes, para posterior deliberação da Corregedoria Nacional de Justiça sobre eventual instauração de procedimento administrativo disciplinar.”Delcídio Amaral foi preso em 25 de novembro do ano passado por decisão do Supremo Tribunal Federal a pedido da Procuradoria-Geral da República. Em conversa gravada por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró (Internacional), o senador é flagrado discutindo um plano para obstruir as investigações de desvios na Petrobras. Ele e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, iriam financiar a fuga de Cerveró – preso desde janeiro na Lava Jato.O anexo 1 da delação de Delcídio é intitulado “Nomeação do ministro Marcelo Navarro Dantas para a soltura dos presos da Lava Jato”. No documento, o senador relata que a indicação seria “uma nova solução” para a liberação de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo.

Estadão Conteúdo
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