13 de fevereiro de 2016 | 17:37

Mesmo com cortes, presidente tenta manter vitrine social

brasil

O aperto no Orçamento obrigará o governo a cortar programas sociais, mas a presidente Dilma Rousseff faz de tudo para preservar ao máximo o Bolsa Família, considerado a vitrine petista desde a gestão Lula. O plano, porém, já perdeu recursos no ano passado. Com muitas dificuldades para cumprir a meta fiscal, o governo decidiu adiar para março o anúncio da tesourada no Orçamento. Tenta, com isso, ganhar tempo para analisar mais detidamente as contas e evitar que programas em curso e promessas de campanha sejam dizimados. O cenário, porém, é sombrio: a arrecadação está desabando e a cogitada meta de economizar R$ 24 bilhões para pagar a dívida pública significa atingir em cheio áreas sociais, como saúde e educação. Na visão do ex-presidente Lula, seria um suicídio político. Dilma pediu ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que refizesse todos os cálculos. Enquanto isso, o governo editou decreto “provisório” de gastos no primeiro trimestre. Já está certo, porém, que programas como Ciência Sem Fronteiras e Minha Casa Minha Vida serão revistos. No caso das bolsas de estudo no exterior, haverá redução do número de participantes. Dilma já admitiu, também, que não será possível cumprir a meta de construir 3 milhões de moradias até 2018, quando termina seu segundo mandato. A avaliação do Palácio do Planalto é de que a crise política atrapalha a economia e cria um ambiente de instabilidade, assustando os investidores. O maior receio, agora, é de que a equipe tenha de mexer em símbolos do PT, como o Bolsa Família. Movimentos sociais ligados ao partido já avisaram que, se isso ocorrer, o governo pode se preparar para enfrentar mais desgaste.

Estadão Conteudo
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