Ao todo, 1.500 foram dispensados 30 de novembro de 2015 | 20:04

Colapso da Abengoa gera 1.500 demissões na Bahia

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Bastaram poucas horas para que o colapso financeiro de um dos maiores grupos empresariais da Espanha, o Abengoa, fizesse vítimas em Barreiras, no oeste da Bahia. Logo após o anúncio de que a empresa entrara em pré-recuperação judicial, os primeiros empregados da obra da linha de transmissão que levará energia de Belo Monte para o Nordeste começaram a ser demitidos. Ao todo, 1.500 foram dispensados. Fornecedores já contam alguns meses de atrasos nos pagamentos. Resultado: as obras do linhão que cruza quatro Estado foram interrompidas. O problema se repete em outros projetos que envolvem a multinacional espanhola no Brasil. Após semanas de tratativas arrastadas, os sócios da Abengoa anunciaram na noite de terça-feira, dia 24, que as negociações para a entrada de um novo sócio na empresa fracassaram. Com uma dívida gigantesca, sem um novo sócio e com portas fechadas para novos empréstimos, a empresa jogou a toalha. Assim, na madrugada de quinta, o conglomerado que tem negócios que vão da energia renovável à construção anunciou a pré-recuperação judicial – mecanismo previsto pela lei espanhola que dá 90 dias como uma última tentativa de renegociação de dívidas antes da concordata. No Brasil, a má notícia chegou em um papel impresso entregue pessoalmente aos trabalhadores do canteiro de obras da ATE XVI em Barreiras, no oeste baiano. Um a um, 1.500 empregados receberam a carta de demissão em que a construtora explicava a má situação financeira e informava que a rescisão será assinada a partir de 1º de dezembro. “São 11 frentes de trabalho na região que tiveram as obras paradas na quinta-feira e praticamente todos os empregados demitidos”, diz o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada da Bahia, Irailson Warneaux, que se reuniu com advogados da espanhola.

Estadão Conteudo
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