03 de outubro de 2015 | 09:45

Violência e corrupção precisam ser extintas, diz ministra Cármen Lúcia

brasil

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia defendeu hoje (2) a extinção da violência e da corrupção no país, embora ela mesma reconheça que isto seja algo quase impossível. A magistrada participou do seminário Corrupção e Violência, Reféns até Quando?, que terminou nesta sexta-feira no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. “Somos todos responsáveis pelo nosso país e pelo que está acontecendo aqui. A violência e a corrupção que estão crescendo, que se mostram de forma assustadora para todos nós, precisam ser extintas, precisam acabar. Nós todos queremos uma vida em paz”, disse a ministra. Em sua palestra, Cármen Lúcia citou casos pessoais pelos quais passou, relativos à violência, e pregou que o Judiciário precisa provocar mudanças no próprio sistema jurídico. “Nós, juízes, precisamos, cada vez mais, fazermos com que haja transformação das instituições jurídicas para prestar o serviço ao jurisdicionado, as controvérsias serem resolvidas com celeridade, e para que, então, nós não precisemos conviver com a violência, que parece crescer a cada minuto”. Perguntada pelos jornalistas sobre a expectativa de haver punições do STF na Operação Lava Jato, Cármen Lúcia citou o comportamento recente da corte, em julgamentos semelhantes. “Os brasileiros verão a Justiça acontecer, como viram em outros casos, que não foram poucos e muito recentes.” A magistrada, que é vice-presidenta do STF, comparou a corrupção a uma doença. “Corrupção é uma doença gravíssima que os humanos instalaram em sua convivência. Há de ser combatida e de ter os remédios próprios.” Ao ser perguntada sobre a violência que assola o próprio Poder Judiciário, como a morte da juíza Patrícia Acioli, em Niterói, em 2011, e outros casos semelhantes, Cármen Lúcia respondeu que, em qualquer caso, a resposta do Judiciário é uma só. “Estamos em um Estado Democrático de Direito e o direito tem que prevalecer, nos termos exatos do que posto no sistema”.

Vladimir Platonow, Agência Brasil
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