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Desembargador Rotondano chegou ao TJ depois de ser promovido a procurador no MP baiano 25 de outubro de 2015 | 18:11

Super sincero, desembargador critica eleição direta

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Durante as discussões sobre as propostas para democratizar as eleições para o comando do Tribunal de Justiça do Estado, na última sexta-feira, o posicionamento que mais causou polêmica e continua repercutindo, especialmente no Ministério Público Estadual, é o do desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano.

Na ocasião, ele disse que era “contra tudo” e que, independentemente de as propostas serem apreciadas naquele dia ou em outro, não mudaria sua posição. “Sou contra, do meu ponto vista, adiantando meu voto, eu sou contra tudo, por uma experiência péssima no Ministério Público com eleição direta”, afirmou, segundo o site Bahia Notícias.

O magistrado ainda acrescentou que em eleições gerais e proporcionais as regras que norteiam os pleitos devem ser aprovadas um ano antes. “Para mim, não importa o momento, sou contra na totalidade. Meu voto é esclarecido para a Corte e para a comunidade”, declarou.

As afirmações de Rotondano, que é egresso do MP, de onde saiu como procurador para o TJ, foram vistas como uma crítica à prevalência da vontade dos promotores sobre a dos procuradores na eleição das listas para a escolha do cargo de Chefe do Ministério Público.

O caso se aplica, inclusive, à situação do novo Procurador Geral, Márcio Fahel, um promotor, que estava presente à sessão da última sexta-feira no TJ e ouviu calado as declarações de Rotondano. Em número maior do que o dos procuradores, os promotores costumam ter maior poder de fogo político do que os primeiros nas escolhas no MP.

Os últimos chefes do Poder, por exemplo, foram todos promotores, os quais estão, na escala hierárquica do MP, abaixo dos procuradores. Irritados, alguns promotores criticaram veladamente o desembargador ao tomar conhecimento de sua posição contra as eleições diretas.

“Não se pode acusar Rotondano de não ser sincero”, disse um promotor ainda na sexta-feira, ao saber da polêmica discussão sobre as eleições diretas no Tribunal de Justiça. “Quer dizer que ele (Rotondano) parece que gosta de uma Ditadura”, ironizou outro em entrevista ao Política Livre.

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