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João Havelange 06 de outubro de 2015 | 10:00

Candidato à Fifa diz que Havelange manipulava acordos de transmissão da Copa

brasil

Um ex-vice-presidente da Fifa sob o mandato de João Havelange acusa o brasileiro de ter tentado esconder os escândalos de corrupção enquanto comandou a entidade máxima do futebol e de ter manipulado os acordos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo, prejudicando a renda do futebol. Hoje, o magnata coreano Chung Mong Joon e que concorre à presidência da Fifa publicou uma série de revelações sobre os bastidores da entidade. Ele é acusado de violar as regras de ética da Fifa ao ter supostamente tentado comprar apoio para que a Coreia do Sul fosse escolhida para sediar a Copa de 2022. Diante de uma iminente suspensão por ter proposto um fundo de US$ 700 milhões, o bilionário e acionista da Hyundai decidiu trazer à tona os bastidores da entidade. Chung foi vice-presidente da Fifa por 17 anos a partir de 1994 e era considerado como um dos principais nomes na corrida para as eleições em fevereiro de 2016. Mas deve ter seu sonho interrompido diante de uma suspensão nos próximos dias. Ele contou como, ao entrar na Fifa como vice-presidente, ele foi colocado como membro do Comitê de Mídia da entidade. “Eu achava que o comitê iria lidar com assuntos importantes relacionados com transmissão e direitos de patrocínio”, disse. “Mas tudo o que falávamos era se iríamos servir comida fria ou quente aos convidados. Eu acabei renunciando diante de tanta frustração”, contou. Segundo ele, em outubro de 1995, em Seul, ele faria um discurso que deixou Havelange irritado. “Pedi mais transparência. Parecia lógico”, disse. Seu principal argumento era de que os contratos de TV vendidos pela Fifa estavam sendo subvalorizados e que a entidade não estava conseguindo a mesma renda de outros eventos, alguns dos quais menos populares. “Não há dúvidas de que a Copa é uma proposta atrativa para a televisão”, disse. “De fato, existem argumentos que apontam que ela é muito mais popular que os Jogos Olímpicos para a audiência na TV”, insistiu. “Apesar disso, as vendas de direitos de TV da Copa nunca atingiram os níveis de renda realizados pelos Jogos Olímpicos”, disse em 1995.

Estadão
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