Foto: Divulgação/Arquivo
Sete funcionários ganharam salários de dar inveja ao presidente José Rebouças 12 de outubro de 2015 | 11:33

Adicionais na Codeba criam supersalários de até R$ 111 mil

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A crise econômica que aflige o Brasil deve estar passando longe de um seleto grupo de trabalhadores da Companhia das Docas da Bahia (Codeba), empresa federal que é responsável pela gestão dos portos públicos na Bahia. No intervalo de 12 meses, entre agosto de 2014 e julho de 2015, foram realizados 101 pagamentos com valores superiores ao salário mensal da presidente da República, Dilma Rousseff, de R$ 30,9 mil, de acordo com dados do Portal da Transparência, levantados com exclusividade por esta coluna. Sete funcionários – um diretor, quatro profissionais com nível superior e dois com nível técnico – ganharam mais que o presidente da empresa, José Muniz Rebouças, cujo vencimento médio é de R$ 22 mil. Por duas vezes, os pagamentos ultrapassaram os R$ 100 mil. Foram R$ 111 mil para um profissional de nível superior, em novembro de 2014, e R$ 110 mil para um técnico, no último mês de maio. A empresa pública gasta por mês em torno de R$ 2 milhões com o pagamento da folha dos 260 empregados – 25%, R$ 500 mil, aproximadamente, ficam com os 20 maiores salários. Além de estar fora da realidade dos salários pagos ao trabalhador brasileiro, os supersalários da Codeba – inflados por adicionais que chegam a representar mais de 50 vezes o salário-base – destoam dos que são pagos a outros em mesma função na empresa.O vencimento total de um analista portuário, por exemplo, variou entre R$ 22,2 mil e R$ 3,5 mil em julho deste ano. Não há nada de ilegal no pagamento dos valores acima.A Codeba é uma empresa de capital misto e, por isso, está livre do teto constitucional do funcionalismo público, correspondente ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), de R$ 33,7 mil. Mas está certo pagar R$ 32 mil, em média, para o responsável por um armazém? Ou R$ 20 mil para um guarda?

Correio*
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