01 de setembro de 2015 | 21:08

Orçamento de 2016 não é ‘licença para viver déficit’, diz Levy

brasil

Após apresentar nesta segunda-feira, 31, a previsão de um déficit de R$ 30,5 bilhões para o próximo ano, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez um forte discurso em defesa das contas públicas e criticou a possibilidade de déficits seguidos. “Ano passado tivemos déficit, esse ano estamos numa luta muito forte e difícil. Vamos achar que vamos ter outro déficit e não vai acontecer nada?”, disse. Levy fez questão de falar que o orçamento apresentado não deve ser “interpretado como licença para viver déficit”. O ministro criticou as perdas das medidas de ajuste fiscal no Congresso e falou mais uma vez em elevar as receitas. “Perdemos R$ 6 bi com a demora de votação de reoneração que poderia ser diferença entre déficit e superávit neste ano”, frisou. Ele reafirmou ainda a necessidade de reduzir despesas. Um dos pontos citados por Levy foi a posição do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que defendeu “firmeza em relação à meta” de primário do setor público de 0,7% do PIB para 2016. Levy disse ainda que a meta “poderá provisoriamente exigir receitas adicionais”. O ministro reconheceu que sua constatação não é popular, mas que “é preciso olhar isso de frente”. “Não podemos brincar com isso, o governo tem sim que prestar atenção nas suas despesas”, disse em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Assim como em seu discurso de ontem, Levy ressaltou a necessidade de uma “ponte fiscal até encontrar consenso”, ao lado do secretário do Tesouro, Marcelo Saintive. Mais uma vez, o ministro falou sobre a eficiência dos gastos públicos. “Precisamos aproveitar o momento para repensar gastos do governo”, ponderou, mencionando a necessidade de reavaliar os programas. “Não pode haver leniência com essas situações”, afirmou. Segundo ele, é preciso arrumar uma “porção de coisas que criam ineficiência”.

Estadão Conteúdo
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