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ACM Neto cria condições para uma sucessão tranquila 03 de setembro de 2015 | 07:01

Neto arruma base para 2016: Carballal vai para PV

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O prefeito ACM Neto (DEM) quer entrar 2016, ano em que disputará a reeleição, mais do que tranquilo em relação à arrumação de sua base na Câmara Municipal. Por este motivo, espera concluir ainda este mês, com um ano de antecedência, a operação para acomodar em partidos aliados todos os vereadores que deixaram suas legendas para apoiá-lo na Casa, casos notórios dos ex-petistas Henrique Carballal e J. Carlos Jr. Até agora, a situação mais polêmica envolvia exatamente Carballal, cujo ingresso no PV, partido que indicou a vice de Neto na sucessão municipal passada, vinha enfrentado resistência por parte do deputado estadual Marcell Moraes.

Na equipe do prefeito, entretanto, a questão hoje é vista como superada, independentemente da prevalência do ânimo de Marcell em relação à filiação do ex-colega de Câmara Municipal. Uma reunião esta semana conduzida pelo próprio ACM Neto encerrou internamente a querela, estabelecendo que Carballal irá para o PV, quer Marcell o aceite ou não. Até a data de ingresso do ex-petista no novo partido estava ontem sendo abertamente discutida na Prefeitura, o que deve trazer a Salvador o presidente nacional da agremiação para uma festa que o próprio Carballal espera deixar para a história.

Quanto a Marcell, apesar do respeito que lhe nutre o prefeito, terá que se reacomodar na agremiação mesmo, a menos que o Congresso ratifique um dispositivo da reforma política que abre uma janela para transferências partidárias que lhe permita deixar o PV, como prometera, situação, entretanto, nunca fácil para qualquer político, ainda mais quando motivada, ao que parece, por uma birra. Assim que notou os empecilhos criados por Marcell para que Carballal ingressasse no PV, o prefeito tentou como alternativa de colocação para o aliado o PMDB, mas a receptividade também lá não se mostrou das melhores.

Como não conseguiu encontrar motivos justificáveis para a oposição ao ingresso de Carballal no PV – Marcell sequer concorre com o vereador por bases semelhantes -, ele acabou fechando a ida do ex-vereador para o partido, onde vai acomodar outro aliado, Luiz Carrera, seu secretário chefe da Casa Civil, que, ao ingressar na legenda, posiciona-se também para a possibilidade de uma convocação para ajudar o prefeito na condição de candidato a vice na chapa da reeleição. Neto decidiu ser assertivo no caso da disputa entre Carballal e Marcell porque também tem simpatia especial pelo vereador.

Os dois aproximaram-se no início do mandato do prefeito, que teria se beneficiado de várias orientações do então petista na Câmara. A desfiliação do vereador do PT para apoiá-lo oficialmente no Legislativo também mostrou seu impacto. Para completar, Carballal trabalhou arduamente para trazer outros petistas para a base de Neto, a exemplo do ex-deputado J. Carlos, um antigo líder sindical dos rodoviários com grande inserção no Subúrbio, que virou seu assessor e levou o filho, um vereador de primeiro mandato, para apoiar o prefeito na Câmara. Dizem que, por muito pouco, Carballal não colocou também o deputado petista Luiz Caetano no colo de Neto.

* Artigo publicado originalmente na Tribuna da Bahia.

Raul Monteiro*
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