Foto: Emerson Nunes/Arquivo/Política Livre
Senador Walter Pinheiro 16 de setembro de 2015 | 09:19

Filiação de Nilo a PSD atropela projeto de Pinheiro

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Caso se contretize, o ingresso no PSD do grupo do deputado estadual Marcelo Nilo (PSD), presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deve eliminar de vez a possibilidade de o senador Walter Pinheiro (PT) participar da chapa com que o governador Rui Costa (PT) vai disputar a reeleição em 2018. Isto porque Nilo entra no partido com o compromisso de ser escolhido candidato a senador pelo PSD praticamente selado.

Como o PT deve indicar, além da cabeça da chapa, a segunda vaga ao Senado, para a qual deve apresentar o nome do ex-governador e hoje ministro da Defesa, Jaques Wagner, e a vice deve mais uma vez ficar com o PP, as chances de um outro petista como Pinheiro participar do grupo ficam praticamente sepultadas. Ele teria espaço se estivesse num outro partido do grupo, como o PSD, processo em que parece ter sido atropelado com o ingresso de Nilo.

Concorrer à reeleição em 2018 é hoje o principal objetivo do senador petista, que chegou a tratar do assunto ao discutir, recentemente, sua filiação ao PSD, comandado na Bahia pelo senador Otto Alencar. “Ocorre que Marcelo Nilo está sendo mais ligeiro e não vai sobrar espaço para Pinheiro”, diz uma fonte do PSD, complementando, de forma irônica: “Pinheiro perdeu o timing. Seu motor político, de tanto ir para a frente e para trás, precisa de uma retífica”.

Desconfortável no PT desde a sucessão estadual passada, quando foi pego numa gravação com um jornalista criticando o partido, Pinheiro avalia sua saída da legenda desde o princípio do ano. Aproveitando o desgaste em que o PT mergulhou com a crise provocada pelo governo Dilma Rousseff e a avacalhação moral de seus principais líderes, ele passou a discutir sua filiação a uma nova agremiação a partir daquele momento.

As tratativas envolveriam desde conversas com partidos aliados ao PT, como o PSD, até a abertura de uma interlocução com grupos adversários, como o do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), onde, no entanto, há fortes resistências, em determinados setores, a uma aproximação com o petista. Em todas as discussões, asseguram fontes, teria sido abordado o interesse do senador em participar, com alguma posição, já que a vice também entra no debate,  na chapa de 2018.

Agora, na visão do mesmo quadro do PSD, pelo visto, se quiser realmente concorrer de novo ao Senado em 2018 Pinheiro só poderá contar com espaço ao lado de ACM Neto. O prefeito pretende se reeleger em 2016 e renunciar ao mandato dois anos depois para concorrer ao governo contra Rui Costa. “Ficando onde está, a outra alternativa é ele (Pinheiro) se contentar com uma candidatura de deputado federal, o que não é demérito para ninguém”, diz a mesma fonte.

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