01 de setembro de 2015 | 19:40

Dirceu capitaneava quadrilha, diz PF

brasil

A Polícia Federal afirmou em relatório de investigação que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (Governo Lula) ‘capitaneava quadrilha’. Segundo o documento subscrito pelo delegado Márcio Adriano Anselmo, da força-tarefa da Operação Lava Jato, Dirceu não perdeu influência mesmo depois de perder a cadeira de ministro mais poderoso do Governo Lula, em 2005, no auge do escândalo do Mensalão. “Observa-se portanto que o fato de ter deixado o posto de ministro da Casa Civil e a cassação do mandato de deputado federal não serviram para retirar do investigado José Dirceu todo o poder político que o mesmo angariou no primeiro mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, sendo o homem forte do primeiro mandato”, assinala a PF no relatório em que indicia o ex-ministro, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e mais 12 investigados por corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsidade ideológica. A PF invoca a ministra Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) em seu voto no julgamento da célebre Ação Penal 470 (Mensalão). “O dinheiro é para o crime o que o sangue é para a veia. Se não circular com volume e sem obstáculo, não temos esquemas como esse”, disse a ministra, na ocasião. “E aqui no presente caso o que se observa é que o dinheiro jorra abundante, seja pelas artérias da Petrobrás, seja por meio de pequenos vasos sanguíneos irrigando toda sorte de “pequenos” corruptos”, afirmou o delegado Márcio Adriano Anselmo, da força-tarefa da Lava Jato. O ponto central da investigação que culminou com o enquadramento penal de Dirceu é sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria, que movimentou R$ 34 milhões entre 2009 e 2014. A PF suspeita que o maior volume desses recursos tenha tido origem em pagamentos de empreiteiras para as quais Dirceu abriu as portas, inclusive, na Petrobrás. Leia mais no Estadão.

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