Foto: Werther Santana/Estadão
Juiz federal Sérgio Moro, que conduz processos da Lava Jato 28 de agosto de 2015 | 20:41

‘Quem escolhe a delação é o acusado’, diz Moro

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Responsável em primeira instância pelas ações penais da Operação Lava Jato, em que as revelações dos desvios bilionários na Petrobrás tiveram como origem as colaborações premiadas, o juiz federal Sérgio Moro disse que, apesar da criticas generalizadas dos defensores de réus no caso, grandes escritórios de advocacia já estão cogitando se utilizar do mecanismo como estratégia de defesa. “Fiquei feliz em constatar que, apesar da ainda resistência retórica de parte da advocacia em relação à colaboração premiada, vários escritórios, inclusive escritórios renomados, passaram a admitir a prática deste instituto”, disse Moro no encerramento do 22.º Seminário Internacional de Ciências Criminais, realizado em São Paulo nesta sexta-feira, 28. No evento, a delação premiada recebeu críticas de estudiosos principalmente do ponto de vista da garantia dos direitos individuais. “A delação não pode servir de pressão sobre o delator, pois viola o direito constitucional do cidadão em não ser obrigado a fazer prova contra si mesmo”, disse o jurista Lenio Streck, especialista em filosofia do Direito. Ao se manifestar, Moro defendeu o mecanismo. “Se o acusado tem presente que a realização do acordo é melhor para ele, não vejo motivo para qualquer reprovação do emprego deste instituto”, disse. “Quem escolhe (a colaboração) é o acusado, assistido pelo defensor. O emprego dela não vejo como ser reclamada moralmente”. Segundo o juiz, a colaboração premiada é bom para a sociedade porque os crimes são revelados com risco reduzido de condenação de inocentes, porque o delator confessa os crimes, facilita o trabalho de investigação do Ministério Público e da polícia, é positivo até para o réu porque ele recebe um “prêmio” pela delação. Leia mais no Estadão.

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