29 março 2024
Quem passa pela Praça do Campo da Pólvora em direção ao Fórum Ruy Barbosa ou às estação do metrô a partir de agora encontra um marco que preserva a memória dos baianos e brasileiros que tombaram na luta por liberdade entre 1964 e 1985. Foi inaugurado, nesta sexta-feira (28), o Monumento aos Mortos e Desaparecidos Políticos na Bahia. A solenidade faz parte da programação da Semana da Anistia. A obra assinada pelo artista plástico Ray Viana é uma realização do Comitê Baiano Pela Verdade e do Grupo Tortura Nunca Mais Bahia, com patrocínio do Governo do Estado. Além da inauguração, os 36 anos da Lei da Anistia, que devolveu os direitos políticos a presos e exilados perseguidos pelo regime militar, foram marcados pela publicação do decreto estadual que prorrogou a atuação da Comissão Estadual da Verdade (CEV-BA). O grupo, que de acordo com o decreto de criação encerraria as atividades na próxima segunda-feira (31), terá até 31 de dezembro para finalizar o relatório. Até agora, a comissão já ouviu 93 depoimentos de ex-presos políticos e vítimas de tortura e apurou centenas de documentos de arquivos nacionais e estaduais sobre o período. Com quatro metros de altura, o monumento traz a frase ‘Aos baianos mortos e desaparecidos e a outros brasileiros que aqui tombaram na luta pela liberdade e contra a ditadura’, e ainda lista os nomes de 32 baianos e três brasileiros, ao todo 35 personagens que lutaram contra o regime militar. Entre os homenageados está Carlos Marighella. “Era chegada a hora da Bahia prestar uma homenagem a estes heróis”, disse Carlos Augusto Marighella, filho do líder comunista e ex-parlamentar baiano morto em 1969.