28 de agosto de 2015 | 08:40

Lúcio e Geddel garantem ser majoritário movimento antigoverno

brasil

Com o anúncio do governo federal no início da semana de que reduzirá até setembro pelo menos dez Ministérios dos 39 existentes, além do clima de apreensão, as especulações são inevitáveis. Ontem, a informação que circulou foi a de que o PMDB, que abriga uma ala do partido que defende a ruptura com o governo e o PT, quer mais pastas no Executivo Federal.Ontem, a revista Veja cravou, com base em informações de um ministro peemedebista, que o seu partido deseja comandar os ministérios da Educação, da cota do PT, e o das Cidades, sob o comando do presidente do PSD, Gilberto Kassab, que tramou com o Planalto a recriação do Partido Liberal (PL).A estratégia seria, após ser criado, o PL iria se fundir com o PSD e se tornar a maior bancada do Congresso, desbancando o atual posto do PMDB. Além dos dois novos ministérios, o PMDB quer se manter também no de Minas e Energia e quem sabe ganhar ainda o dos Transportes, pastas estratégicas politicamente, capazes de ajudar a cacifar o partido para uma candidatura presidencial em 2018. Entretanto, caciques baianos, como o presidente estadual Geddel Vieira Lima, e o seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, integrantes do movimento interno separatista entre PMDB e PT, negam as articulações. “Não estou vendo movimentação nenhuma. Não é esse o sentimento crescente do PMDB”, disse Geddel à Tribuna. Já Lúcio informou que essa nova movimentação de peemedebistas que defendem a continuidade do apoio ao governo Dilma seria péssimo para o partido. “Que eu saiba não tem nenhuma articulação sobre isso [novos ministério]. Só se o PMDB quiser ficar de costas para às ruas. Nós continuamos na mesma trincheira”, disse o parlamentar baiano. Os dois peemedebistas apostam que o Congresso do PMDB, marcado inicialmente para agosto, depois outubro e agora em 15 de novembro, consagrará a tese da debandada da sigla do governo e o rompimento com o PT.A data tem diversos simbolismos. Além de ser o número do partido, 15 de novembro festeja-se a proclamação da República, que derrubou em 1889 o imperador Pedro II. “Cresceu muito a tese que defendo há muito tempo. Vamos ver o tamanho de cada posição no Congresso”, disse Geddel. Já Lúcio defende que o movimento antigoverno e anti-PT dentro do PMDB já pode ser considerado majoritário. “Mas para isso precisa se reunir, não há encontros da Executiva. Mas, 15 de novembro, com toda a certeza, teremos a demonstração clara do que é majoritariamente [a defesa do rompimento]”, defende. Para o peemedebista baiano, apesar das movimentações que deram um certo fôlego político à presidente, com ajuda do presidente do Senado, o peemedebista Renan Calheiros, mas não houve enfraquecimento do pensamento de que Dilma deve deixar a Presidência”. “Não tem essa história de fôlego político. A política está ligada à economia. A Agenda Brasil não vai para frente de jeito nenhum. E a crise econômica está apenas começando. Vamos ter aumento maior do desemprego, da inflação, de índices elevados, do crédito caro. “

David Mendes, Tribuna da Bahia
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