Panelaço teria aumentado quando partido fez ironia ao protesto no programa do PT 07 de agosto de 2015 | 07:38

Ironia a panelaço reforça idéia do “nós contra eles”

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Petistas e aliados do PT na Bahia consideraram um equívoco a ironia que o programa do partido, levado ao ar ontem, em rede nacional de rádio e TV, fez dos panelaços, mais nova forma de protesto político descoberto pelos brasileiros. Eles acham que, ao invés de reconceituar a manifestação, a menção a ela acabou atiçando ainda mais os protestos contra o PT, por trazer embutida a idéia do “nós contra eles” que tem, tradicionalmente, marcado o discurso petista de reação aos opositores.

“Ocorre que estamos num momento de buscar uma conciliação nacional dada a gravidade da crise. A presidente Dilma está acenando com uma reforma administrativa que contemple o PMDB e o PT, faz acenos na direção do empresariado, ou seja, a postura hoje é outra, muito diferente daquela do período eleitoral, onde o governo ia muito bem no conceito da população”, afirmou ao Política Livre um petista ao comentar o programa de ontem.

Um aliado do partido na Bahia disse que os petistas tendem a se arrepender do caminho trilhado pelo programa. Para ele, ao invés de ter se concentrado na defesa do legado do partido, no chamamento a uma proposta de união nacional para enfrentar a crise e nas iniciativas que o governo tem tomado para enfrentá-la, o PT pode ter trilhado o caminho equivocado de classificar uma forma de protesto como algo exclusivo dos opositores.

“É como se o partido tivesse esquecido que nós também podemos usar o panelaço. Definitivamente, o programa não ajudou no enfrentamento da crise. Uma pena. O PT acha que ainda está no período das eleições, tá no salto alto. O marqueteiro não deve ter entendido que muita coisa mudou da eleição até aqui, que a panela das pessoas já não está tão cheia como antes da crise”, disse, lamentando a dificuldade de o partido entender o momento crítico do país.

O programa diz que “Nos últimos tempos, começaram a dar uma nova utilidade às panelas. A gente não tem nada contra isso. Só queremos lembrar que fomos o partido que mais encheu a panela dos brasileiros. Se tem gente que se encheu de nós, paciência. Estamos dispostos a ouvir, corrigir, melhorar. Mas com as panelas, vamos continuar fazendo o que a gente mais sabe: enchê-las de comida. Esse é o panelaço que gostamos de fazer”

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