Foto: Fábio Pozzebom, Agência Brasil
01 de julho de 2015 | 08:35

Lava Jato não pode pautar o País, diz Lula

brasil

Em reunião realizada ontem com senadores do PMDB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a situação do País exige “desprendimento” político e pediu apoio à presidente Dilma Rousseff. Um dia após conversar com parlamentares do PT, Lula fez um movimento para reaproximar o PMDB do governo e disse ser preciso impedir que investigações da Polícia Federal, como a Operação Lava Jato, “contaminem” a política e a economia. “A Lava Jato não pode ser a agenda do País”, insistiu o ex-presidente, em café da manhã na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em um gesto que causou surpresa, Lula pediu a Renan que “releve” os problemas com Dilma, “fique mais perto” e ajude o governo a sair da crise. Desde que teve o nome incluído nas investigações da Lava Jato, Renan tem criado dificuldades e imposto derrotas ao Planalto em dobradinha com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), outro alvo da PF. Depois de criticar publicamente a administração de Dilma, que definiu como “governo de mudos”, Lula agora tentou jogar água na fervura em conversas mantidas em Brasília desde segunda-feira. Para um senador do PMDB, “ele viu que, chutando o pau da barraca, a barraca cairia na cabeça dele”. Mercadante. Pouco antes do café da manhã com os senadores do PMDB, Lula se reuniu com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, num hotel de Brasília. O encontro foi mantido sob sigilo. A assessoria do Instituto Lula negou a reunião, confirmada pela reportagem. O ex-presidente está preocupado com os desdobramentos da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC. De uma só vez, o empreiteiro atingiu as campanhas de Dilma, Lula e Mercadante. Não foi só: disse que Edinho Silva, então tesoureiro do comitê da reeleição e hoje ministro da Comunicação Social, teria ameaçado a UTC com o fim dos contratos na Petrobrás, caso não recebesse doações para a campanha. Todos negam as acusações. Leia mais no Estadão.

Vera Rosa e Ricardo Della Coleta, O Estado de S. Paulo
Comentários