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Governador Rui Costa (PT) 27 de julho de 2015 | 07:14

Critérios de Rui para 2016, por Raul Monteiro

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Considerado um eleitor importante por petistas e aliados na sucessão municipal de 2016, apesar do desgaste que aflige o PT e suas principais lideranças nacionais, o governador Rui Costa já definiu pelo menos dois critérios para decidir seu apoio a candidaturas da base no próximo ano. O primeiro é o grau de relação com seu projeto político, o que pode ser traduzido também pelo apoio que recebeu à sua campanha em 2014. O segundo é a perspectiva de viabilidade político-eleitoral do candidato a prefeito, a ser medida por elementos objetivos como números de pesquisas.

Muito mais claro neste quesito que seu antecessor, Jaques Wagner, que chegou, em algumas eleições municipais, a apoiar até três candidaturas, Rui demonstra que vai fazer um jogo limpo com os aliados já na primeira sucessão de que irá participar na condição de maior liderança política e institucional do Estado. Não pretende empurrar nenhuma discussão sobre disputas locais com a barriga, mas, desde já, vai deixar cristalino como água pura que não vai emprestar seu prestígio para insuflar nenhuma barca furada com riscos prováveis de adernar na primeira curva do rio.

A menos que o apelo por apoios apareça de nomes ou grupos que, a despeito das expectativas negativas que cercaram inicialmente sua campanha, no ano passado, não hesitaram em chegar junto na defesa de sua candidatura ao governo, quando as forças adversárias apareciam disparadas nas pesquisas e ele amargava a posição de lanterninha segundo as mesmas consultas. Como inclui-se neste grupo um número relativamente reduzido de aliados, tudo indica que o estilo preto no branco de Rui vai prevalecer na seleção das apostas do governo para 2016.

A sucessão municipal é considerada um momento decisivo e estratégico para o governador porque tende a demarcar também o campo no qual ele poderá jogar dois anos depois, na sua própria sucessão, em 2018, quando espera ver retribuído o esforço que fez pela eleição de colaboradores e aliados nas eleições municipais. Em relação à grande maioria das cidades, a disputa, para o governo, se processará de maneira distinta da estratégia já armada para Salvador, onde o governo vai estimular o lançamento de várias candidaturas para enfrentar o prefeito ACM Neto (DEM).

Devem se beneficiar do movimento nomes com os deputados federais Antonio Brito (PTB), Alice Portugal (PCdoB), o estadual Pastor Isidório (PSB) e a senadora Lídice da Mata (PSB), para ficar nas primeiras opções de eventuais pré-candidatos que deverão concorrer com o democrata em 2016. A ideia é fazer tudo para empurrar a disputa ao segundo turno, fato que para o governo corresponde a 50% do esforço para derrotar o atual prefeito. Entre os nomes que já começam a se movimentar, Antonio Brito é considerado a principal novidade do time que deve ser escalado para fazer o embate com Neto no ano que vem.

* Artigo publicado originalmente na Tribuna da Bahia.

Raul Monteiro*
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