31 de julho de 2015 | 18:00

Alta da Selic provoca aumento do desemprego, aponta estudo da Cofecon

economia

Elevar a taxa básica de juros (Selic) provoca desemprego, aponta estudo da Confederação Federal de Economia (Cofecon) apresentado nesta sexta-feira, 31. De acordo com a entidade, há “extrema vinculação” entre taxa de juros e saldo da geração de postos de trabalho no País. A Confederação confrontou as trajetórias do emprego e da Selic para fazer a análise. Como resultado, observou-se que, com certa defasagem de tempo, a redução dos juros coincide com um aumento no fluxo de carteiras assinadas e vice-versa. Sob comando do Banco Central, a elevação da taxa básica de juros é um instrumento de contenção de demanda, que reduz a pressão inflacionária. De acordo com o presidente da Cofecon, Paulo Dantas, a política de elevação de juros é um forte inibidor do investimento privado e de consumo das famílias. Esse “resfriamento” da economia acaba refletindo no emprego. “Não somos contra o controle da inflação. A nossa discussão é em função da dosagem”, afirmou. A entidade pondera, entretanto, que a variação da Selic não é a única variável que influencia no nível do emprego. Em 2008, quando estourou a crise internacional, o Comitê de Política Monetária (Copom) promoveu forte redução da taxa de juros, que foi de 13,75% em dezembro daquele ano para 8,75% em setembro de 2009. Como reflexo, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que o saldo de postos de trabalho gerados no País saltou de 1,4 milhão em 2009 para 2 6 milhões em 2010. Já em 2011 a queda na geração de empregos foi seguida de nova redução na taxa básica de juros, que atingiu o piso histórico de 7,25% em outubro do ano seguinte.

Estadão Conteúdo
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