29 de maio de 2015 | 08:15

Pressão do fisco dos EUA levou Hawilla a confessar crimes no escândalo da Fifa

Um dos pivôs da investigação do FBI que levou à prisão sete dirigentes da Fifa, o empresário José Hawilla aceitou fazer a delação premiada por sentir-se bastante pressionado pelo fisco norte-americano. Com a iniciativa, livrou do risco de prisão imediata. Dono de uma das principais empresas de marketing esportivo das Américas, com sede em quatro países – entre eles os Estados Unidos – e negócios em várias partes do mundo, estava acuado.Hawilla, de 71 anos, ouviu o conselho de alguns amigos antes de tomar a decisão. Com isso, continua vivendo nos Estados Unidos, mas pensa em vir ao Brasil cuidar dos negócios e visitar parentes e amigos. Para isso, precisará autorização.Réu confesso, assumiu em dezembro passado culpa por extorsão, conspiração por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. E aceitou restituir US$ 151 milhões (R$ 479,8 milhões), dos quais R$ 25 milhões (R$ 79,4 milhões) já foram desembolsados. O empresário detém total ou parcialmente por meio de Traffic os direitos de transmissão e patrocínio de várias competições.Em troca, Hawilla pode circular livremente pelo território norte-americano, embora esteja à disposição da Justiça – e, claro, possa ser condenado à prisão ao final do processo. “Conforme o próprio termo que o departamento de Justiça (dos Estados Unidos) divulgou, ele é um réu confesso. Ele confessa, apoia as investigações e presta esclarecimentos”, disse nesta quinta-feira o advogado do empresário, José Luís de Oliveira Lima.

Estadão Conteúdo
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