29 de maio de 2015 | 07:00

Governo libera bancos para usar R$ 22,5 bi da poupança no crédito imobiliário

economia

Para resolver a questão de falta de recursos para o crédito à casa própria, o governo decidiu liberar os bancos para usar R$ 22,5 bilhões dos depósitos da poupança que são obrigados a manter no Banco Central para desembolsos nas operações de financiamento habitacional. A medida compõe o pacote de socorro ao crédito imobiliário, antecipado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Juntando com as decisões tomadas pelo conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nesta semana, o governo vai injetar R$ 31 bilhões no setor imobiliário via financiamentos. A quantia é semelhante à saída recorde de recursos da poupança nos quatro primeiros meses deste ano, quando os saques foram superiores aos depósitos em R$ 30 bilhões. Preocupado com a inflação, o governo fez uma engenharia para liberar parte dos recursos que os bancos são obrigados a depositar na instituição, chamados de depósitos compulsórios, sem que o efeito saísse pela culatra e dificultasse ainda mais o combate ao aumento dos preços. Foi reduzida a obrigatoriedade de guardar uma parte dos depósitos da caderneta no BC desde que os recursos fossem usados para financiamento habitacional (até R$ 22,5 bilhões) e empréstimos a produtores rurais (outros R$ 2,5 bilhões). A primeira medida favorece a Caixa, líder do crédito imobiliário com quase 70%; a segunda, o Banco do Brasil, o primeiro do segmento agrícola. Assim como o crédito à casa própria, o rural também usa os recurso da poupança como fonte. Ao mesmo tempo, o BC aumentou de 20% para 25% o depósito compulsório sobre os depósitos a prazo, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário). Com a elevação, a instituição espera enxugar do mercado R$ 25 bilhões, a mesma quantidade que liberou para o financiamento imobiliário e rural. “No conjunto, as medidas adotadas alcançam a neutralidade monetária”, diz a nota enviada pela instituição na noite desta quinta-feira, 28. Foi mantida a permissão para que os bancos utilizem até 60% dos depósitos a prazo em financiamento a veículos e capital de giro às empresas.

Estadão Conteúdo
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