25 de maio de 2015 | 09:46

Ciclo de alta do juro completa 2 anos com consumidor recorrendo ao crédito caro

economia

O ciclo de alta da Selic completou dois anos em abril e, apesar de o juro estar mais caro no cheque especial e no cartão de crédito, o consumidor elevou o uso desses empréstimos. Segundo dados do Banco Central, o volume emprestado no cartão de crédito subiu 35% entre abril de 2013 e março deste ano, enquanto no cheque especial avançou 28%. O aumento de gastos fixos e a queda da renda são alguns dos motivos que fazem o brasileiro recorrer a estas modalidades. Além da situação da economia, especialistas apontam outros motivos para o crescimento. “Estas são as duas linhas de crédito pré-aprovado mais facilmente disponíveis no mercado”, diz o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, Miguel de Oliveira.No caso do cartão, o uso pode ser benéfico. O consumidor pode concentrar gastos e parcelar a compra de bens que não poderia pagar à vista. O problema começa quando ele não paga a fatura e entra no crédito rotativo. “O rotativo é algo emergencial, para ser utilizado já esperando receber um dinheiro para cobrir a conta”, diz o diretor executivo da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Ricardo Vieira.O mesmo pensamento de crédito de curto prazo deveria ser utilizado para o cheque especial, mas isso não ocorre. “As pessoas tendem a achar que a dívida é algo momentâneo, que no mês seguinte irão regularizar a situação”, diz o sócio do Guia Bolso, Thiago Alvarez. O juro alto, porém, faz com que quanto mais tempo se passa, maior vai se torne a conta.Outro erro comum é ter mais de um cartão de crédito, o que implica em mais tarifas e maior dificuldade em controlar as contas. O coordenador do Núcleo de Superendividamento do Procon-SP, Diógenes Donizete, diz que houve um caso no qual a pessoa possuía 26 cartões.

Estadão Conteúdo
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