Foto: André Dusek/Estadão
Atuação de Mercadante tem sido questionada 19 de abril de 2015 | 10:30

Mercadante perde terreno e fica fora da equipe anticrise

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Apesar de estar próximo da presidente Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, tem perdido força dentro do núcleo decisório do poder e não está na linha de frente da tentativa do governo de recuperar terreno em meio à crise. Logo depois de chegar à Casa Civil, em fevereiro de 2014, Mercadante conquistou ares de superministro. Mas, nestes primeiros quatro meses do segundo mandato de Dilma, foi obrigado a compartilhar poder. Boa parte das críticas do PT ao modelo de coordenação política adotado por Mercadante parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro é apontado como responsável pela estratégia de criar um novo núcleo governista, dando mais poderes ao ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), e ao então ministro da Educação, Cid Gomes (PROS), como forma de reduzir a dependência da presidente em relação ao PMDB. Diante da ameaça, o aliado reagiu e começou a impor uma série de derrotas ao governo no Congresso Nacional. A antipatia do PMDB em relação a Mercadante também aumentou depois de ele ter atuado nos bastidores contra a eleição tanto de Renan Calheiros (AL) para a presidência do Senado quanto de Eduardo Cunha (RJ) para a da Câmara. Com o agravamento da crise, Lula, nome natural do PT para 2018, acabou por convencer Dilma a afastar o ministro da articulação política e entregar essa função exclusivamente ao vice-presidente Michel Temer. O ex-presidente chegou a sugerir que a presidente tirasse Mercadante da Casa Civil e o substituísse pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner, mas Dilma não quis abrir mão daquele que tem sido um dos seus mais fiéis aliados. Leia mais no Estadão.

Isadora Peron, O Estado de S. paulo
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