01 de abril de 2015 | 18:00

Juros cedem com queda do dólar e melhora da percepção política

economia

As taxas de juros tiveram um pregão de baixa nesta quarta-feira, 1, acompanhando o movimento do dólar, como costuma acontecer, e em meio à atuação do estrangeiro na ponta longa da curva. A melhora da percepção política contribuiu para o movimento, em dia de produção industrial apenas monitorada. Ao término da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2015 (105.930 contratos) marcava 12,991%, ante 13,020% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 (293.965 contratos) apontava 13,36% (mínima), de 13,50%. O DI para janeiro de 2017 (320.215 contratos) indicava 13,23%, também na mínima, ante 13,38% no ajuste da véspera. Por fim, o DI para janeiro de 2021 (166.990 contratos) projetava 12,76%, na mínima, de 12,94%. Nos EUA, o juro da T-note de 10 anos recuava a 1,8634%, ante 1,930% no fim da tarde de ontem. O desempenho foi atribuído aos dados mais fracos do mercado privado de trabalho norte-americano, divulgado pela ADP. Foram criados no mês passado 189 mil postos, abaixo da previsão de abertura de 225 mil vagas. Na próxima sexta-feira serão divulgados os dados da payroll. Já o dólar fechou em baixa sua terceira sessão consecutiva no Brasil, de 0,84%, a R$ 3,1730. O que pautou os investidores hoje, não só no dólar como nos DIs, foi a melhora do clima, um dia depois de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ter conseguido o adiamento da votação do projeto que obriga a regulamentação da troca do indexador da dívida dos Estados e também após o depoimento de Levy na CAE do Senado, ontem. A presidente Dilma Rousseff, em entrevista à Bloomberg, seguiu o mantra de Levy e reforçou a defesa do ajuste fiscal. Ela afirmou que fará um corte robusto no orçamento em busca do superávit prometido para 2015, de 1,2% do PIB. Falou também sobre o câmbio. Segundo ela, o dólar se valoriza no Brasil seguindo o que acontece no mundo. “Eu posso assegurar que nós não faremos uma política de intervenção. Nós achamos que o câmbio flutua.” O recuo das taxas também se deu em meio às expectativas de desaceleração de inflação e de resultado fiscal positivo. A atividade fraca segue no radar do investidor, que está devolvendo parte dos prêmios recentes, considerados exagerados.

Estadão Conteúdo
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