Foto: Gilberto Nascimento/Arquivo/Agencia Camara
O vice-governador Joao Leao, secretario estadual de Planejamento 25 de março de 2015 | 18:58

Um pouco de simancol para o vice João Leão

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Ao ter seu nome relacionado para investigação pela Operação Lava Jato, o vice-governador do Estado, João Leão, secretário estadual de Planejamento e um dos líderes do PP baiano, chamuscou-se profundamente.

Não obstante, contou com a solidariedade incondicional do governador Rui Costa (PT). Rui foi ainda mais solidário com ele depois de suas estapafúrdias declarações de que estava “cagando e andando” para as apurações.

Tão estapafúrdias e inconsequentes que obrigaram o secretário a recuar e desculpar-se no dia seguinte. Agora, como se já tivesse superado o constrangimento de ter tido seu nome listado, o secretário tenta ampliar seus tentáculos no governo.

A pressão que tem exercido para assumir o controle da Sudic (Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial) se aproxima do delírio. E deixa amplos setores da administração e do empresariado – local e nacional – assustados.

No caso dos setores do governo, mais indignados do que assustados. Simplesmente porque a desenvoltura que Leão tenta se auto-atribuir não combina com seu momento político e de vida.

Muito menos com alguém que possui o chamado “simancol”, aquele dispositivo pessoal que impede que um cidadão cause, pela simples presença, constrangimento ou desconforto a outrem.

Aliás, se fosse dotado do pequeno atributo, Leão já teria compreendido, por si mesmo, que, embora ainda não tenha sido julgado nem muito menos condenado, o que o isenta de responsabilidades, a priori, no caso Lava Jato, o governador já fez e tem feito muito por ele.

E que, principalmente como secretario, deve evitar esticar a corda, querendo assumir o protagonismo num setor estratégico e vital para o Estado que não lhe compete até que, como se espera, tenha a oportunidade de esclarecer devidamente as acusações que lhe fizeram.

Leão já ajuda muito o governo se conseguir desincumbir-se a contento das funções que lhe deu o governador antes do estouro da Lava Jato e da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Querer extrapolar para outras atividades neste momento é, no mínimo, imprudente.

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