04 de março de 2015 | 09:44

Montadoras estão mais pessimistas com Brasil

economia

Enquanto, na terça-feira, 3, no Brasil, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) anunciava projeções ainda mais pessimistas para o setor, em Genebra, durante o primeiro dia de um dos principais salões de carros do mundo, os executivos das maiores montadoras do mundo demonstravam preocupação com o mercado brasileiro. “A situação está um pouco difícil”, disse o presidente da Renault, Carlos Ghosn. “A expectativa é de queda nas vendas em 2015 e isso é uma grande frustração porque sabemos que o Brasil tem um grande potencial”, lamentou o executivo, que participa do evento em Genebra. As expectativas do setor pioraram desde o início do ano. Em janeiro, por exemplo, a Fenabrave disse que estimava uma retração de 0,53% nas vendas. Ontem, mudou essa previsão prevendo uma queda de 10% em relação ao ano passado, com um total de 2,48 milhões de emplacamentos até dezembro deste ano. Em 2014 ante 2013, as vendas caíram 7,1%. Também em janeiro a Anfavea (a associação das montadoras brasileiras) indicou que o ano de 2015 seria de estagnação na venda, em quase 3,5 milhões de unidades. A produção teria alta de 4,1%. Para Ghosn, a retomada do crescimento foi adiada “para 2016 ou 2017”. “Chegou o momento de o governo assegurar que haverá equilíbrio na economia. O Brasil precisa fazer os reajustes necessários para permitir que o mercado volte a se desenvolver.” Masahira Moro, gerente executivo de Mazda, é ainda mais claro ao alertar para a crise no Brasil. “Não está na hora de abrirmos uma fábrica no País. Continuamos a acompanhar o desenvolvimento no País. Mas vemos que há uma importante turbulência e uma queda de vendas”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo.

Agência Estado
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