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"Destaque individual" do mês foi a gasolina, cujo aumento de preços médio foi de 8,42% 06 de março de 2015 | 10:00

Inflação sobe para 7,70% em 12 meses, o maior nível desde 2005

economia

Desde maio de 2005 a inflação em 12 meses no Brasil não alcançava nível tão alto – divulgou nesta sexta-feira, 6, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Acumulado nesse intervalo até fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou elevação de 7,70%. No mês, o ritmo médio de expansão dos preços na economia nacional foi de 1,22% – abaixo dos 1,24% de janeiro. De acordo com o IBGE, o “destaque individual” do mês foi a gasolina, cujo aumento de preços médio foi de 8,42%. Essa elevação acontece sob impacto do aumento das alíquotas do PIS/COFINS, a partir de 1º de fevereiro. Sozinha, a alta desse combustível foi responsável por um quarto (25,41%) do IPCA de fevereiro. O grupo Transportes, do qual a gasolina faz parte, foi responsável pelo maior impacto no índice, de 0,41 ponto porcentual. Na média, os gastos do setor subiram 2,20%. Diesel (5,32%); etanol (7,19%); e combustíveis em geral (7,95%) também passaram por elevação de preços significativa. A elevação mais elevada entre os nove grupos que compõem o IPCA foi em Educação, de 5,88%. O IBGE atribui esse movimento, sobretudo, ao reajuste dos cursos regulares, cujo aumento foi de 7,24% em fevereiro. O custo da energia elétrica, em alta, subiram 3,14% no mês passado. Em São Paulo, a expansão média das tarifas foi ainda mais expressiva, de 5,84%. No Estado, essa variação pode ser explicada pelo reajuste de 3,77% de uma de suas concessionárias. A Habitação, que abrange os gastos com eletricidade, ficou 1,22% mais cara ao brasileiro, em média. Colaboram também para a alta dos preços da moradia os reajustes do aluguel residencial (0,64%); de artigos de limpeza (0,81%); do botijão de gás (0,91%); da mão de obra para pequenos reparos (0,92%); e do condomínio (0,99%). O ritmo de alta dos preços da alimentação no Brasil, motivo de preocupação há alguns meses e causado principalmente pela seca, começa a arrefecer. A alta registrada em fevereiro no grupo Alimentação e Bebidas foi de 0,81%, bem abaixo dos 1,48% de janeiro. Comer fora de casa ficou 0,95% mais caro no mês passado; em casa, 0,74%.Dentro os produtos, no entanto, alguns dos que apresentaram fortes elevações são bastante presentes à mesa dos brasileiros: cenoura (14,41%); feijão-mulatinho (10,47%); e cebola (9,92%), por exemplo. Entre as 13 capitais pesquisadas pelo IBGE, Salvador foi onde mais subiu o custo de vida: 1,61%. Na sequência, estão Recife (1,56%); Curitiba (1,46%); Goiânia (1,27%); São Paulo (1,19%); e Rio de Janeiro (1,13%). Leia mais no Estadão.

Gustavo Santos Ferreira, Estadão
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