27 de março de 2015 | 17:30

Dólar sobe 1,51% em meio a cautela política e avanço no exterior

economia

O dólar voltou a registrar ganhos firmes ante o real nesta sexta-feira, 27, com os investidores de olho em Brasília. As dificuldades na relação entre o Planalto e sua base aliada voltaram a incentivar a busca pela moeda americana hoje, assim como o exterior, onde o dólar avançava ante as demais divisas. O dólar à vista negociado no balcão subiu 1,51%, aos R$ 3,2360. Com isso, a moeda americana encerrou a semana com leve perda de 0,03%. Em março, porém, a moeda americana acumula ganhos de 13,31% e, no ano, avanço de 21,88%. No mercado futuro – o mais líquido e a principal referência para o câmbio brasileiro -, o dólar para abril tinha alta de 1,77% nesta tarde, aos R$ 3,2430. A moeda americana oscilou no terreno positivo durante todo o dia. Logo cedo, os investidores se posicionavam em dólares tanto aqui quanto no exterior, à espera dos dados do PIB americano do ano passado. As atenções também estavam voltadas para os números de crescimento do Brasil, após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar que o País cresceu 0,1% no ano passado. O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, que esperavam de queda de 0,20% a expansão de 0,20%, que resultou em mediana com variação zero. Já no quarto trimestre de 2014 houve alta de 0,3% do PIB ante o trimestre anterior, melhor que a mediana projetada de -0,10% (intervalo entre queda de 0,40% e alta de 0,40%). Os números vieram um pouco melhores que o esperado, mas acabaram sendo relativizados. Isso porque as projeções do mercado ainda levavam em conta a metodologia antiga do IBGE – e os números efetivos foram divulgados com base na atualização das Contas Nacionais. Seja como for, o dólar até teria motivos para recuar em função do PIB “melhor”. Mas os investidores se mostraram cautelosos em função do ambiente em Brasília. As notícias de que o presidente do Senado, Renan Calheiros, colocará em votação na próxima terça-feira projetos que não são de interesse do governo federal – como o que obriga a regulamentação da mudança de indexador das dívidas de Estados e municípios – ajudavam a sustentar os ganhos da moeda americana.

Estadão Conteúdo
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