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29 de março de 2015 | 10:00

Pressionada pela crise, meta de produção da Petrobras é ameaçada

brasil

Pressionada pela crise na indústria de óleo e gás, agravada pela queda na cotação internacional do petróleo e pela Operação Lava Jato, a Petrobrás vê ameaçada a curva de produção que previa alcançar 4,2 milhões de barris de óleo por dia até 2020. Sem a produção, a companhia gera menos receitas e atrasa a recuperação de suas finanças. Preocupada, a estatal direcionou as novas licitações de plataformas para o exterior e determinou prazos mais rígidos aos fornecedores. O caso mais emblemático é o de seis unidades de produção destinadas a campos prioritários, como Lula, Entorno de Iara e Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. Elas ainda aguardam o resultado de uma nova licitação após o abandono do contrato, em novembro, pelo estaleiro Iesa, citado nas investigações de corrupção. Somente na área de Lula, a estimativa era de produção de 1,4 milhão de barris por dia a partir de 2017, quando dez plataformas deveriam estar em funcionamento. Desse total, entretanto, duas estão em obras e devem operar no próximo ano. Outras quatro, previstas para 2016 e 2017, integram o pacote suspenso, à espera do resultado da nova licitação. Com uma média de 40 meses para a entrega das unidades, os projetos já estão com cronograma defasado. Parte dos equipamentos e dos módulos está retido com o Iesa, o que pode adiar ainda mais a operação.A empresa está em recuperação judicial e a Petrobrás tem processos para reaver os módulos. A construção das plataformas, contratada em 2012, exigiu investimento de US$ 720 milhões. Os valores atualizados não foram informados pela empresa. Além das unidades para operação em Lula, o contrato abarcaria plataformas para as áreas de Entorno de Iara e Búzios, referentes aos contratos de cessão onerosa.

Antonio Pita, Agência Estado
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