26 de fevereiro de 2015 | 20:19

Operador diz que levou ‘dinheiro vivo’ para Duque em hotéis do Rio

brasil

O engenheiro Shinko Nakandakari, o primeiro dos 11 supostos operadores de propina na Diretoria de Serviços da Petrobras a fazer acordo de delação premiada, afirmou aos investigadores da Operação Lava Jato que entregou “dinheiro em espécie pessoalmente” a Renato Duque, ex-diretor da área entre 2004 e 2012. Shinko disse que encontrou-se “algumas vezes” com Duque em hotéis em Copacabana e Ipanema, no Rio. Segundo ele, os valores foram repassados no período entre o final de 2009 e começo de 2010 e continuaram até 2014 – quando Duque já não ocupava mais a Diretoria de Serviços. O delator afirmou que a maior parte do dinheiro foi entregue para Pedro Barusco, então gerente de Engenharia da estatal petrolífera e braço direito de Duque – este foi levado ao cargo na cota do PT pelo ex-ministro José Dirceu, que nega a indicação. Shinko Nakandakari disse aos investigadores da Lava Jato que entregou cerca de R$ 5 milhões de propina para Duque e para Barusco. O dinheiro foi destinado ao esquema de corrupção na Diretoria de Serviços, sendo a maior parte recebida por Barusco, também pessoalmente. Um dos alvos da nova fase da Lava Jato, batizada de Operação My Way, Shinko afirmou que teve com Duque “alguns encontros”. Com Barusco, a entrega de dinheiro vivo era mais frequente. Ele afirmou que o ex-gerente de Engenharia – que também confirma as propinas – lhe dizia que o dinheiro era repassado a Duque. O delator afirmou que os pagamentos de propina na diretoria controlada pelo PT era sempre em parcelas, sendo que em alguns casos, foi paga em até seis vezes. Em sua delação, em novembro de 2014, Barusco afirmou que recebeu valores em nome de Duque, inclusive em dinheiro vivo entregue a Duque dentro da diretoria de Serviços.

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