Foto: Agência Brasil
Presidente Dilma Rousseff e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva 07 de fevereiro de 2015 | 09:15

Lula vê ação para Dilma ‘não concluir mandato’

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Em sua primeira participação numa reunião do Diretório Nacional do PT desde que o partido chegou ao governo federal, em 2003, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira, 6, o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, e disse, sem citar nomes, que há uma intenção de impedir que a presidente Dilma Rousseff conclua seu mandato. “Não é fácil um partido de esquerda governar um país importante como o Brasil. Eles não querem nem deixar concluir o mandato da Dilma, tentando criar todo e qualquer processo de desconfiança. Querem que o PT seja desacreditado na sociedade brasileira”, afirmou Lula, segundo a Agência PT de Notícias. Vaccari, que na quinta-feira, foi levado à Polícia Federal para prestar depoimento no âmbito da Lava Jato, também participou do evento. O tesoureiro é investigado por suspeitas de intermediar a arrecadação de propinas ao PT por meio de um esquema de corrupção e de cartel na Petrobrás. “O que aconteceu ontem (anteontem) é repugnante”, afirmou Lula, conclamando o PT a “voltar pra luta”. “Não podemos permitir que quem não tem moral, venha dar moral na gente.” Lula, segundo relatos colhidos pelo jornal O Estado de S.Paulo, comparou as denúncias investigadas pela Operação Lava Jato ao episódio do mensalão. “Se a ficarmos quietos, a sentença já está dada.” “A briga é política. O PT tem que ter essa consciência. Tem que usar a tribuna, tem que responder, tem que votar, tem que gritar tanto quanto eles, tanto na Câmara, quanto no Senado”, disse o ex-presidente, conforme a agência do PT. Para Lula, há uma tentativa de “criminalizar” a legenda. De acordo com participantes da reunião, fechada à imprensa, ele disse que o partido precisa reagir, sob o risco de o Judiciário “julgar (os crimes investigados pela Operação Lava Jato) pela pressão que se cria na sociedade e não pela lei”.

Marcelo Portela, Ricardo Della Coletta e Ricardo Galhardo, Estadão Conteúdo
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