Reprodução de página do Facebook de Solla com cópia de carta ao governador Rui Costa 29 de janeiro de 2015 | 10:00

Solla anuncia “recuo” de Rui em relação às Dires

exclusivas

Único político do PT a confrontar abertamente o governador Rui Costa por causa de suas primeiras medidas na área de Saúde, o deputado federal eleito Jorge Solla, ex-secretário estadual da pasta, comemorou hoje o que considerou um recuo do governo em relação às Dires (Diretorias Regionais de Saúde), a maioria das quais extinta por decisão do secretário Fábio Villas Boas. Em mensagem para uma lista estimada em mais de cinco mil pessoas pelo WhatsApp, principal veículo que passou a utilizar para manifestar sua insatisfação logo no início do governo, Solla exclama: “O governo recuou e aceitaram nossa proposta!”

Ela consiste em criar as Bases Regionais de Saúde onde funcionavam as Dires mantendo, no entanto, “as equipes técnicas de vigilância, imunização, controle de endemias, laboratórios e assistência farmacêutica”. No texto, sem citar o secretário Fábio Villas Boas, guindado à condição de desafeto pessoal de sua mulher, a enfermeira Marília Solla, pelas redes sociais, antes mesmo de ele ter tomado posse, Solla diz ter conseguido “mostrar que as Dires não eram escritórios burocráticos e que a Vigilância à Saúde não é cuidar de papel”. E acrescenta: “Convencemos. Parabéns a todos os companheiros”. Em seguida, reproduz nota técnica da Sesab com as medidas.

No dia anterior, em sua página no Facebook, Solla deu publicidade a uma carta que escrevera no dia 23 último ao governador Rui Costa em tom formal e, ao mesmo tempo, professoral, apresentando a proposta, precedida de uma aula, com referências à legislação, sobre o que significam as Dires no contexto de descentralização da Saúde proporcionado pelo SUS. No PT e na Secretaria da Saúde, especialmente no grupo ligado ao ex-secretário, a decisão do governo de acatar as sugestões do deputado federal eleito foram vistas como uma primeira derrota de Villas Boas, com o qual o casal Solla vem travando uma luta declarada na Saúde.

Desde o início do governo, Solla tem atacado abertamente as medidas na pasta pelas redes sociais. Na mais contundente delas, criticou a demissão de 200 pessoas, chamando a atenção para a “insensibilidade” do PT em relação “a pais de família” que perderam seus empregos, assunto que não ganhou grande dimensão no PT porque os demitidos foram chamados por petistas próximos de Rui de “cabos eleitorais” do ex-secretário. Antes da posse do secretariado, Marília Solla já havia, também pelas redes sociais, criticado a pouca intimidade de Fábio Villas Boas, um cardiologista com atuação em hospitais privados, com a área pública e a Reforma Sanitária.

Comentários