28 de janeiro de 2015 | 08:32

Governo superestima economia com mudanças em lei trabalhista

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O governo superestimou em 40% a redução nas despesas públicas com a alteração das regras de concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários para 2015, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Dos R$ 18 bilhões da economia prevista com as medidas, R$ 7 bilhões que viriam com as restrições ao pagamento do abono salarial devem ficar fora da conta neste ano. O Ministério do Trabalho avisou a equipe econômica que pode haver uma batalha judicial se as novas exigências entrarem em vigor a partir do segundo semestre para o pagamento do abono salarial referente a um direito adquirido em 2014. O abono, cujo orçamento para este ano chega a R$ 20 bilhões, é um salário pago a quem ganhou até dois salários mínimos no ano anterior. Com as negociações entre o governo e as centrais sindicais para aliviar as restrições colocadas no pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial, a economia esperada com essas medidas pode ser menor, colocando em xeque o “Plano Levy” de ajuste das contas públicas. Fontes da área econômica informam que o governo já sabia que a economia com as alterações nos benefícios sociais neste ano não chegaria a R$ 18 bilhões, ou 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB), como anunciado em 30 de dezembro – embora as alterações tenham sido definidas ainda na gestão do ex-ministro Guido Mantega. A equipe da presidente vendeu a reformulação nas regras como parte essencial para o cumprimento da meta de superávit primário, a economia para o pagamento dos juros da dívida, de 1,2% do PIB neste ano – ou R$ 66,3 bilhões.

Agência Estado
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