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27 de dezembro de 2014 | 08:32

PRB ameaça romper com governo

brasil

A primeira crise no ministério ainda não empossado da presidente Dilma Rousseff pode retirar 21 votos da base do futuro governo. O presidente do PRB, Marcos Pereira, afirmou ao Estado que passará para a oposição caso a petista ceda a pressões do PT e do PC do B e de setores ligados ao esporte contra a nomeação do deputado George Hilton (MG) para a pasta. “Se a presidente Dilma recuar, eu saio da base de apoio ao governo e levo o partido para a oposição”, ameaçou. A saída do PRB não tiraria da base governista a maioria dos 513 deputados da Câmara, mas no próximo mandato Dilma não terá o mesmo volume de aliados que o mandato que se encerra. Em 2010, foram eleitos 402 deputados de partidos aliados da petista – desta vez, são 320 parlamentares. Se a base fosse reduzida a cerca de 300 deputados, o governo teria número insuficiente para aprovar emendas constitucionais, cujo mínimo é de 308 votos e teria ainda mais dependência de deputados não tão comprometidos com o Palácio do Planalto. A crise no novo ministério teve início na terça-feira, logo após Hilton ser anunciado. O PC do B, que defendia a manutenção do deputado Aldo Rebelo (SP), avisou a Dilma que não havia gostado da troca, mesmo sendo contemplado com Ciência e Tecnologia. O partido ajudou a espalhar que Hilton seria “homofóbico”. O deputado foi procurado pelo Estado, mas estava em viagem ontem e não retornou as ligações. Setores mais à esquerda do PT, descontentes com a nomeação, fizeram chegar à presidente a informação de que o futuro ministro enfrentava problemas legais, como o flagrante ocorrido em 2005, no Aeroporto da Pampulha, quando Hilton levava R$ 600 mil em 11 malas. Ele foi expulso do PFL, seu partido à época, apesar da justificativa de que o dinheiro provinha da doação de fiéis da Igreja Universal, da qual é pastor.

Agência Estado
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