10 de dezembro de 2014 | 20:43

Cedraz toma posse no TCU sem devolver Pasadena ao plenário

brasil

O ministro Aroldo Cedraz assumiu nesta quarta-feira, 10, a presidência do Tribunal de Contas da União (TCU), sem devolver ao plenário da Corte o processo no qual se decidirá sobre o bloqueio de bens da presidente da Petrobras, Graça Foster. No final de agosto, com maioria do tribunal formada a favor da liberação do patrimônio de Graça, Cedraz pediu vista do caso e não retomou a discussão. Ao assumir a presidência da Corte, ele deixa para trás processos que estão em seu gabinete. O ministro Augusto Nardes, que esteve à frente do TCU até hoje, herdará os casos. Caberá a Nardes, portanto, decidir quando traz novamente para deliberação dos ministros a definição sobre a indisponibilidade de bens de Graça. Na possibilidade mais célere, o caso volta a ser discutido na segunda quinzena de janeiro, pois o TCU entrará em recesso no período de festas. Graça e a atual diretoria estão desgastados no cargo, em meio aos escândalos envolvendo a operação Lava Jato. Ontem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugeriu a demissão da atual diretoria da estatal. Durante seu discurso de posse, Cedraz falou sobre a fiscalização de obras estatais. “Em processos que relatei procurei sempre expressar preocupação com o controle qualitativo das obras estatais”, disse. Ele disse ainda que a má execução dessas obras “causa perplexidade quando se compararam os custos determinados dessas obras, que têm sido auditadas pelo TCU, e a qualidade da forma como são entregues à sociedade”, além dos prejuízos ao Erário. O ministro disse que é preciso que o Tribunal se antecipe e não deixe que prejuízos ocorram. “A melhor maneira de proteger o patrimônio estatal é preventiva e tempestivamente porque, depois de ocorridos os prejuízos, nem sempre eles podem ser reparados. Precisamos otimizar o uso do tempo e da capacidade do nosso trabalho. Deixando de olhar apenas o passado e olhando também o futuro para nos anteciparmos às irregularidades”, completou.

Fábio Fabrini, Beatriz Bulla e Talita Fernandes, Estadão Conteúdo
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