Foto: Manu Dias/Arquivo
Governador Jaques Wagner: futuro ministério suscita várias especulações 25 de dezembro de 2014 | 12:24

Afinal, por que Wagner aceitou a Defesa?

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O que leva um governador bem sucedido a ponto de se eleger duas vezes em primeiro turno e conseguir fazer seu sucessor, também em primeiro turno, a aceitar um ministério periférico tanto na política quanto na administração e com o qual é difícil identificar que tenha pontos de afinidade?

Pois é! O governador Jaques Wagner precisa dar a ele próprio respostas mais convincentes. Porque é difícil acreditar que aponte o desejo de servir à Bahia como justificativa para assumir o ministério da Defesa no segundo governo Dilma Rousseff (PT).

A menos que esteja antevendo missões militares que poderão possibilitar fortes investimentos em infraestrutura no Estado ou outras aventuras capazes também de serem aproveitadas pelo governo baiano como incentivo à geração de emprego e renda na Bahia.

Destituído assim de argumentos convincentes para se incorporar à gestão Dilma Rousseff no posto de ministro da Defesa, resta a Wagner submeter-se às críticas e ironias dos adversários ou à aligeirada conclusão da sociedade de que aceitou o convite apenas para não perder uma boquinha.

De qualquer forma, isto continua sendo muito pouco para um governador que assumiu o status de celebridade petista nestas eleições – afinal, mais uma vez, deu não apenas a vitória ao PT baiano como ao nacional no Estado. Há outras teses para o investimento ministerial de Wagner.

A primeira delas: Ele acha que realmente poderá ajudar na articulação política do governo a partir da pasta porque terá o título de ministro. Mas será que o PT paulista representado, entre outros, por Aloísio Mercadante, que tanta dificuldade lhe criou para assumir a coordenação política, permitirá?

A segunda: Ficando em Brasília, Wagner verá mais oportunidades lhe passarem à frente, entre as quais a de se tornar candidato à sucessão de Dilma, caso Lula não queira ou não possa. São especulações que a futura condição de ministro da Defesa do governador baiano naturalmente suscitam.

Vale a pena não esquecer que, antes de contrariar a vontade de Lula e decidir lançar-se candidato ao governo da Bahia, Wagner passou por alguns ministérios sem grande estrelismo até transformar-se num astro do petismo a partir da Bahia. Será que a história se repetirá, desta vez no campo nacional?

Raul Monteiro
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