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Empresário Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano 22 de novembro de 2014 | 12:00

Operador do PMDB receberia US$ 20 mi por 2 contratos

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O empresário Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de cartel, corrupção e propina na Petrobrás, afirmou à Polícia Federal ontem que intermediou dois projetos de construção de sondas de perfuração na área da diretoria Internacional e pelos quais receberia US$ 20 milhões, via empresário Julio Gerin Camargo, da empreiteira Toyo Setal. Baiano afirmou, porém, que levou um calote. Nas palavras do executivo, que fez acordo de delação premiada na Operação Lava Jato e também depôs ontem, a versão é outra: Baiano foi pago junto com o doleiro Alberto Youssef. Foram, disse, US$ 40 milhões em propinas. A Polícia Federal suspeita que o reduto de ação de Fernando Baiano na Petrobrás era a diretoria Internacional, que foi comandada por Nestor Cerveró, personagem emblemático da compra da Refinaria de Pasadena, nos EUA, indicado pelo PMDB ao cargo. Baiano disse ontem que suas comissões eram legítimas e negou ser “operador de qualquer partido”. Em seu acordo de delação, o executivo da Toyo Setal, porém, relatou que, diante do conhecido “bom relacionamento” de Baiano junto à área Internacional da Petrobrás, ele o procurou e “propôs ao mesmo uma parceria para o desenvolvimento” de um projeto de perfuração de águas profundas, em 2005. O papel de Baiano seria a análise sobre a viabilidade técnica e econômica da contratação pela Petrobrás. Segundo Camargo afirmou no depoimento, ele utilizou a Piemonte Empreendimentos, de sua propriedade, e foi indicado por Baiano. Para reduzir a pena e não ser preso, Camargo decidiu contar o que sabia. Ele afirmou que “antes de ser finalizada a negociação comercial, Fernando Soares reuniu-se com o declarante e disse que precisaria estabelecer os valores”. O delator disse ter usado três empresas suas para pagar Baiano via Youssef.

Fausto Macedo e Ricardo Brandt, Agência Estado
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