Foto: Dilvugação
Governador eleito, Rui Costa (PT) 24 de novembro de 2014 | 07:38

Melhor prevenir que remediar, por Raul Monteiro

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Legítima e, mais do que isso, importante a preocupação do governador eleito Rui Costa (PT) com a máquina estadual que herdará do governador Jaques Wagner (PT), expressa no projeto de diminuir o número de secretarias e dotar o Estado de mais eficiência. Com a crise político-institucional que se estabele no plano federal, decorrente das descobertas do petrolão, as quais tendem a se agravar no próximo ano no momento em que for enquadrado o núcleo político do esquema, e a expectativa de um cenário econômico amplamente desfavorável, mais chances de sucesso terá o governante que, com efeito, tentar se precaver.

Parece o caso de Rui, que chegou de uma viagem de descanso e tem permanecido junto ao grupo de transisão ao qual delegou a tarefa de formatar um projeto de reajuste para a máquina estadual que pretende submeter à Assembleia Legislativa ainda no governo do padrinho Jaques Wagner de forma a iniciar a gestão com o pé direito ou pelo menos tendo já adotado as medidas que considera fundamentais para um bom começo. Parece inacreditável que a presidente Dilma Rousseff, nas mãos de quem forçosamente recaem as principais expectativas quanto a um correção de rumos no país, ainda não tenha conseguido escolher uma nova equipe econômica.

As últimas sinalizações, entretanto, sobretudo o noticiário em torno da escolha de Joaquim Levy para o ministério da Fazenda, afinal não confirmada, não deixa esconder que a realidade começa a impor à primeira mandatária a necessidade de aceitar urgentemente uma ajuste fiscal para o país, independentemente do voluntarismo que tem caracterizado sua gestão até agora, a qual visivelmente deu até agora pouca importância para a necessidade, forçando escolhas mais comprometidas com uma revisão de parâmetros, em especial no campo dos gastos cada vez mais exorbitantes com a máquina pública e mesmo a qualidade dos investimentos priorizados em seu governo.

Caso o quadro se confirme, melhor fará Rui se buscar se cercar de medidas que lhe deem relativa autonomia para administrar e investir, pelo menos num primeiro momento, sem depender de repasses federais, os quais têm predominado no programa de investimentos que o governo estadual faz atualmente na Bahia, principalmente nas principais obras de infraestrutura, e ninguém sabe se continuarão chegando no mesmo ritmo e proporção em que aportaram no Estado até agora devido à boa relação de Jaques Wagner com a presidente.

Sucessão

O terceiro turno na Bahia tomará lugar na disputa pela presidência das duas principais Casas legislativas do Estado – a Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal de Salvador. A primeira é disputada, pela quinta vez consecutiva, pelo deputado estadual Marcelo Nilo, do PDT, que se enfrentará com o candidato do PT, Rosemberg Pinto. Na Câmara, o presidente Paulo Câmara (PSDB) não tinha oponente até a insurgência do PTN, que está disposto a confrontar o prefeito ACM Neto (DEM), apoiador do tucano. Por enquanto, os dois são francos favoritos, mas estão longe de se considerarem eleitos.

* Artigo publicado originalmente na Tribuna da Bahia

Raul Monteiro*
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