Foto: Panrotas
Vereadores Tiago Correio (PTN) e Cláudio Tinoco (DEM) 14 de novembro de 2014 | 18:00

Briga com PTN pode levar a nome alternativo na Câmara

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O acirramento da disputa pela presidência da Câmara Municipal de Salvador, aprofundado pelos desentendimentos da bancada do PTN com o Palácio Thomé de Souza, pode levar ao surgimento de um candidato alternativo no campo governista. É o que avaliavam hoje vereadores da oposição e do governo ouvidos pelo Política Livre. Para eles, o movimento é acompanhado com atenção peculiar pelo prefeito ACM Neto (DEM), que sabe ser fundamental manter o controle da Casa, principalmente para não enfrentar turbulências quando de sua sucessão, em 2016, ano em que ter um aliado no posto é um sinal de tranquilidade.

O vereador Paulo Câmara (PSDB), atual presidente do Legislativo municipal e candidato à reeleição, continua sendo apontado como favorito, mas o sucesso de seu projeto dependerá de uma costura do governo com o PTN, que está determinado a exigir do prefeito o cumprimento de um suposto acordo pelo qual na sucessão atual o partido teria seu apoio para lançar um candidato da sua bancada. Para completar o quadro de confusão, o PT, supostamente por determinação do governador eleito, Rui Costa, estaria tentando atrair o PTN para sua base na Assembleia Legislativa e empurrá-lo para a oposição a Neto na Câmara.

“Está claro que a situação exigirá muita habilidade de ACM Neto. Caso contrário, ele perderá o controle da Câmara”, afirma um vereador, avaliando, principalmente, o clima de rebelião na bancada do PTN. Ele acha que, no limite do entendimento para manter a sucessão no Legislativo sob controle, o prefeito poderá optar por um terceiro nome, que poderia emergir de seu próprio partido, o DEM, a exemplo do aliado Cláudio Tinoco, ou mesmo lançar mão de uma opção no próprio PTN que tenha maior afinidade com ele,  caso do vereador Tiago Correia, irmão de seu cunhado.

“Se esta queda de braço entre o PTN e o prefeito se aprofundar, nada impede que Neto lance mão de um terceiro nome para conquistar a presidência da Câmara”, diz um outro vereador, também pedindo anonimato. Ele avalia que, “para evitar a medida extrema”, caberá ao presidente Paulo Câmara impedir que a situação saia de controle a fim de permanecer como um nome viável. Ele teria, neste caso, de  contornar o desentendimento com o PTN e dar demonstrações ao prefeito de que sua reeleição está segura, não representando qualquer risco ao Thomé de Souza de se manter no cargo.

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