20 de outubro de 2014 | 20:49

TSE cassa tempo de propaganda do PT e PSDB

brasil

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu aumentar ainda mais o rigor e concedeu liminares para cassar o tempo de propaganda no rádio e na televisão da candidata à reeleição, a petista Dilma Rousseff, e do seu adversário, o tucano Aécio Neves. O tribunal tirou nesta segunda-feira 6 minutos e meio de inserções dos dois candidatos na TV: Dilma perdeu 4 minutos na TV e Aécio, 2 minutos e 30 segundos. A punição mais dura da Corte Eleitoral às vésperas do segundo turno é uma resposta à insistência das campanhas presidenciais de continuar com ataques nas propagandas, sem usar o espaço para apresentar propostas ao eleitorado. Até o início da noite de hoje, foram concedidas três liminares para não só proibir reprises de programas mas também retirar o tempo das coligações. Na última quinta-feira, o TSE decidiu adotar uma postura mais interventora para coibir as peças com ataques pessoais que vinham sendo veiculadas desde o primeiro turno das eleições. O entendimento anterior da Corte, mais “minimalista”, permitiu que as campanhas de Dilma e Aécio atacassem diretamente a então candidata do PSB, Marina Silva, chamada de inexperiente e até comparada aos ex-presidentes Fernando Collor e Jânio Quadros, que não terminaram os mandatos. Com Marina fora do segundo turno, a agressividade continuou na disputa entre a petista e o tucano, o que levou a uma primeira mudança de postura do TSE. Contudo, o entendimento reservado dos ministros é de que as decisões tomadas pelo tribunal de apenas suspender liminarmente as propagandas das duas campanhas desde quinta-feira têm sido inócuas para acabar com os ataques de parte a parte. Por essa razão, os ministros discutiram entre eles o endurecimento das decisões. E aí entenderam que, além de suspender as peças, seria necessário cassar o tempo das propagandas dos candidatos. “Primeiro tentamos informar as campanhas qual é o limite, mas vimos que as propagandas (com ataques) prosseguiram. Tivemos preocupação de não haver um descumprimento do entendimento do tribunal”, disse o ministro Admar Gonzaga, do TSE. “Serve para as campanhas entenderem que a regra é para valer.”

Ricardo Brito e Beatriz Bulla, Estadão Conteúdo
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