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Carlos Muniz ensaiou candidatura à presidência da Câmara, mas depois disse que aceita qualquer outra do PTN 18 de outubro de 2014 | 10:29

Rui Costa planta dissenso no PTN contra ACM Neto

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O governador eleito Rui Costa (PT) conseguiu plantar uma semente da discórdia no oposicionista PTN. E embora ele esteja de olho no apoio da bancada estadual do partido a seu futuro governo, parece que seu alvo principal é a administração do prefeito ACM Neto (DEM), em cuja base o PTN se encontra na Câmara Municipal. Por meio de interlocutores confiáveis, o governador eleito teria mandado um recado aos vereadores da agremiação de que interessa a ele ver o partido engrossando, junto com o PT, a oposição ao prefeito no Legislativo municipal.

O assunto foi abordado pela primeira vez numa reunião dos vereadores do PTN na quinta-feira passada. No encontro, foi retomada uma discussão que parecia superada pela agremiação: a disputa pelo comando da Câmara Municipal, hoje presidida pelo vereador Paulo Câmera, do PSDB, que é candidato à reeleição. Influenciado pela perspectiva de “incentivos” no governo estadual, o vereador do PTN Carlos Muniz anunciou pela primeira vez que poderia disputar de novo o comando da Casa.

Quando lembraram a ele que sua candidatura poderia não encontrar apoio no restante dos vereadores, Muniz disse então que abriria mão da disputa para qualquer outro membro do PTN. “Só exijo que o partido tenha candidato”, declarou. Ele invocou um acordo pelo qual o prefeito teria se comprometido a apoiar um vereador do PTN para suceder Paulo Câmara na presidência quando a candidatura do tucano foi fechada antes de ele ser eleito, há cerca de dois anos.

A partir daí, no encontro, os vereadores do partido decidiram que cobrariam a Neto a manutenção do acordo como condição para que permaneçam na base do prefeito na Casa. “Caso Neto não se comprometa, podemos votar uma orientação alternativa”, disse um vereador do PTN ao Política Livre, antecipando que uma das alternativas é fazer oposição ao prefeito, como deseja Rui. O prefeito deve ser procurado para uma conversa com os vereadores, segundo ele, depois das eleições

Há quem conteste que o acordo tenha sido celebrado entre o prefeito e o PTN. Um vereador governista contou que, de fato, o prefeito chegou a negociar a retirada da candidatura do PTN em troca do apoio a Paulo Câmara com o compromisso de que seu sucessor agora fosse do partido. Ocorre que, na época, depois de aceitar o acordo, Carlos Muniz reapresentou a candidatura. “Com isso, o acordo foi descumprido”, antecipou a fonte, admitindo, entretanto, que, se o governador eleito queria criar problema para Neto, já começou a fazê-lo.

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