Foto: Divulgação/Arquivo
Rui Costa 23 de outubro de 2014 | 08:53

Rui e a reforma administrativa, por Raul Monteiro

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O governador eleito, Rui Costa (PT), prepara uma reforma administrativa para o início de sua gestão. Ele quer suprimir algumas pastas onde considera que há superposição de funções ou atribuições e criar outras. O projeto deve ser enviado à Assembleia Legislativa para votação pelos deputados baianos assim que o governador eleito retornar de uma viagem – provavelmente ao exterior – que pretende fazer com a família por cerca de duas semanas, tão logo acabe o segundo turno da eleição presidencial, neste domingo.

Como se sabe, os petistas, o governador Jaques Wagner e Rui à frente, pretendem fazer uma festa memorável na Bahia, na hipótese de a presidente Dilma Rousseff (PT) se reeleger. Não é preciso dizer que mergulharão num lamento profundo e verão a festa acontecer do lado contrário, caso ela seja derrotada, tendo que passar o bastão em janeiro ao senador e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, do PSDB, com quem se envolveu numa das disputas mais acirradas e de mais baixo nível à Presidência de que se tem notícia no país desde a democratização.

Da eleição de Dilma, depende também o escopo das modificações pensadas pelo novo governador. Rui avisou sobre a idéia de promover a reforma administrativa durante um encontro que realizou recentemente com deputados. Uma fonte do governo, entretanto, antecipou a este colunista que o governador eleito pretende reforçar o atendimento às áreas sociais em seu governo, motivo porque pretende incluir no projeto que será apreciado pelos parlamentares a criação de uma secretaria da Agricultura Familiar, dedicada exclusivamente às questões afeitas ao segmento que recebeu uma atenção especial no governo atual.

A despeito da maioria parlamentar com que Rui conta, a qual deve repetir a frente ampla de apoios desfrutada na Assembleia pelo governador Jaques Wagner, a iniciativa, entre outras mudanças que o governador eleito quer promover no âmbito da máquina administrativa estadual, não deverá tramitar na Casa sem suscitar forte polêmica ou mesmo oposição. Proposta em alguns momentos durante a gestão atual, a idéia sofreu forte rejeição por parte de setores do agronegócio, que acham um desperdício de recursos e energia a criação de uma pasta específica para tratar da Agricultura Familiar.

Baixaria

Depois dos ataques que o presidenciável tucano Aécio Neves vem recebendo na campanha por parte do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, com alusões a casos que envolveriam pelo menos uma acusação de agressão e outra de ter se negado a soprar um bafômetro durante uma blitz no Rio, além de insinuações de envolvimento com drogas, fica difícil não acreditar que não tenha tido pelo menos inspiração petista os cartazes que apareceram ontem em Salvador com a inscrição “Aécio cheira violência contra à mulher” (sic). Mais um capítulo deplorável da baixaria em que se transformou a campanha atual, que finalmente termina no domíngo sem deixar saudades.

* Artigo originalmente publicado na Tribuna da Bahia.

Raul Monteiro*
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