31 de outubro de 2014 | 08:00

Polícia Federal abre apuração sobre ‘operador’ do PMDB

brasil

A força-tarefa da Operação Lava Jato passou a investigar o envolvimento do suposto operador do PMDB nos esquemas de superfaturamento, desvios e propina na Petrobras, Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Ele foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, alvos principais da investigação. Em depoimentos prestados no dia 8 de outubro, no âmbito do processo que apura irregularidades nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, Costa e Youssef citaram Fernando Baiano. “No PMDB, a ligação na Diretoria Internacional, o nome que fazia essa articulação toda, se chama Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano”, afirmou Costa. A suspeita é que Fernando Baiano atuaria em parceria com o ex-diretor daquela unidade da Petrobras, Nestor Cerveró, que em 2008 foi transferido para a BR Distribuidora, braço da estatal petrolífera. Ele vive hoje em Madrid, na Espanha. No Brasil, Fernando Baiano representa duas grandes empresas espanholas. Nas agendas, anotações e troca de e-mails de Costa a Polícia Federal já havia identificado a ligação do suposto “operador do PMDB” com os protagonistas da Lava Jato. No depoimento à Justiça Federal, em Curitiba, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras afirmou que a Diretoria Internacional era controlada pelo PMDB e que a agremiação da base de apoio do governo tinha poderes para indicar seu diretor. No PT, o suposto operador seria o tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto, que nega todas as acusações. Pelo PP, o controle era da Diretoria de Abastecimento, comandada por Costa e que tinha como operador o doleiro Alberto Youssef. Costa fez delação premiada e apontou os nomes de 32 parlamentares, entre deputados e senadores, que teriam recebido propinas do esquema de corrupção na Petrobras.

Ricardo Brandt e Fausto Macedo, Agência Estado
Comentários